“- Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa.”
O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry.
O ato de interagir com os meus semelhantes não é muito fácil, muitas vezes. Há momentos que não sei muito bem como agir, o que dizer… Às vezes nada falo, pois eu acredito que não é necessário dizer nada. Porém, quem me escuta deseja ouvir algo de mim e eu simplesmente não sei. Assim, algumas relações vão se perdendo ou quase nunca são aprofundadas. O que é uma pena, porque o meu coração parece desejar sempre um encontro de almas… Li uma vez que um dos critérios para se ter bons amigos é a convivência. Então como os seres humanos convivem? Com o diálogo. É neste ponto que falho, pois o tato social não é algo que eu faça com excelência. Não sou o tipo de pessoa que percebe com facilidade quando alguém está triste, por exemplo, e se a pessoa me falar que está tudo bem, eu irei acreditar. Eu realmente necessito que o sim seja sim, e que o não seja não. Do contrário, estarei pensando que está tudo bem.
Tenho pensado tanto nos últimos meses sobre este aspecto e eu ainda não cheguei a uma conclusão. Talvez estas situações aconteçam deste modo devido a este pequeno detalhe da minha personalidade. Em princípio, eu me sinto mal quando acontece. Mas o passar do tempo vai mudando o meu interior como o tempo vai mudando as cores do céu. O cinza vai surgir, entretanto, eu sei que haverá o pôr-do-sol mais incrível, o mais dourado que irá clarear meus olhos e cabelos. E quando toda esta luz me tocar, vou segurá-la como puder, vou gravar na memória como quem fotografa um momento. Lá na frente, serão estas delicadas observações que me permitirão seguir em frente e não desistir, de não permitir que o meu coração se feche. Eu realmente não quero me fechar e guardar um sentimento ruim sobre mim mesma. Eu quero ser boa a quem quiser estar por perto. Por isso, eu preciso ser um pouco boa comigo mesma também. No fim, eu apenas penso que tudo bem não ser excelente em todos os âmbitos da vida… Acho que posso oferecer outras coisas belas ao mundo, afinal, não posso deixar num cantinnho esquecido os talentos que Deus me deu.
Apesar do meu texto não ser semelhante ao encontro da Raposa com o Pequeno Príncipe, mas há algo em comum com o livro de modo geral: as rosas às vezes nos espetam, mas não devemos condenar todas estas flores.
Obrigada pela visita. ♡