Diário Naturalista

Um novo ano começa e novos projetos também! Há anos penso em fazer um diário naturalista igual a Edith Holden fez, inclusive penso em ilustrá-lo. Então por que não aproveitar que tenho acesso a bastante natureza, principalmente da Mata Atlântica, para finalmente pôr em prática esse desejo? Deixo uma pequena observação de que esta área que costumo explorar é influenciada por atividades humanas, portanto existem espécies que foram introduzidas. Então prometo me esforçar para ilustrar somente aquelas que eu tiver certeza que são naturais deste bioma.

Penso vir aqui no final de cada mês fazer uma postagem descrevendo tudo o que anotei em meu caderno durante esse tempo. Mas como estou iniciando este projeto aqui no Bosque, já vou deixar algumas fotografias e descrições. As ilustrações deixarei para um próximo momento, pois estas requerem um certo tempo para ficarem concluídas.

J A N E I R O

Dia 01: O dia está ensolarado. Saí pela estradinha acompanhada do meu marido e de Camponesa e Princesa, duas cachorras vira-latas que amam acompanhar humanos em suas expedições. Notei que as flores amarelas (Sphagneticola trilobata) que são bem comuns, estavam repletas muito mais que o normal. Acredito que seja época delas deixarem os campos dourados. Esta flor da família Asteraceae é muito utilizada como chá para combater inflamações. Havia abelhas da espécie Apis mellifera visitando-as. Tive o prazer de observá-las de pertinho.

Também observei que a árvore de azeitona preta está florida, então em breve poderei colher algumas azeitonas para fazer tinta roxa. O jambo está cheio de frutos. Não colhi muitos porque vários estavam já mordiscados pelos saguis e beliscados pelos pássaros. O tempo ficou nublado em alguns momentos, mas não choveu. Observei flores roxas de maracujá. Abelhas do gênero Bombus estavam se deleitando nelas, uma delas era de um amarelo queimado e carregava bastante pólen.

O outro tipo de flor de maracujá também estava recebendo visita de várias abelhas da espécie Trigona spinipes, algumas flores já haviam se transformado em fruto, ainda muito verde. Os pássaros que observei foram um corruíra (Troglodytes aedon) procurando um local para fazer o ninho. Um beija-flor de bico curvo, a espécie era Glaucis hirsutus, estava tentando construir um ninho sob a folha de uma bananeira.

No final da expedição, resolvi tentar desenhar esta flor através da observação. Foi a minha primeira tentativa e considerei bem difícil. Espero poder melhorar com o tempo.

Ainda notei um pássaro grande e um beija-flor. Mas foi tudo tão rápido que não consegui observar muito suas características. Essa vou ficar devendo.

Obrigada pela visita. ♡

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