O Advento se aproxima e eu tenho a tradição de ler, assistir, cozinhar, entre outras atividades que me façam lembrar do Natal.
Há oito anos atrás eu estava em um sebo procurando algo do Tolkien para conhecer mais este autor, acabei levando O Silmarillion, que foi o segundo livro dele que li, e também encontrei uma edição bem antiga com palavras ainda acentuadas com circunflexo, do Hans Christian Andersen, era um dos volumes de uma coleção. E há um conto chamado “O Pinheiro” do qual senti vontade de escrever algumas palavrinhas a respeito.
Esta história é sobre um pinheiro de Natal. Ele é jovem e está muito ansioso para crescer e ser tão alto e brilhante quanto os demais pinheiros da floresta. Este jovem pinheirinho passa muito tempo reclamando que queria ser de um jeito, que gostaria de ter aquilo etc. Ele nunca está satisfeito ou grato com nada. O sol e a brisa do vento o aconselham a se algrar por sua juventude e pelas graças que possui. Mas não adianta, ele continua se queixando.
O que ele mais se queixa é da lebre que sempre salta por cima dele. Parece que o Pinheiro se sente humilhado porque uma lebre consegue pular ao ponto de ficar maior que ele. O pinheirinho parece sentir inveja também dos demais porque para ele, todos são melhores que ele de algum modo. Os dias vão passando e ele vai crescendo, porém ainda não é o bastante. A queixa é algo muito recorrente em sua vida.
Até que um dia, uma família se surpreende com a sua beleza e resolve levá-lo para casa. O pinheirinho fica muito animado, imaginando que receberá algum tipo de glória. De fato, ele recebe, pois se tornou a árvore de Natal daquele lar. Velas, nozes, presentes, luzes e tudo mais o enfeitavam e ele se sentia maravilhado com tudo aquilo. As crianças brincavam ao se redor e ele ouvia as histórias que os mais velhos contavam.
O Natal passou e o Pinheiro foi deixado de lado e jogado num aposento da casa que é onde se colocam coisas que não são usadas. O Pinheirinho ficou desolado e passou a refletir no quanto ele era feliz lá na floresta, mesmo sendo pequenino. Ele percebeu como foi tolo por ter se queixado tanto, que a sua vida era tão alegre, mesmo com problemas tão insignificantes.
Este conto me fez pensar sobre a finitude da vida e como é uma atitude boba viver reclamando de tudo da nossa vida. Sobre a glória desse mundo que é passageira, e um dia podemos estar cheios de luzes e nozes, e no outro dentro de um sotão escuro sem nenhum amigo porque perdemos a nossa beleza.
Que o Menino Jesus conceda a graça de termos um coração sempre grato, independente das circunstâncias que nos encontrarmos e também almejarmos a glória do Céu e não das coisas temporais.
Obrigada pela visita. ♡