A Raposa disse

“- Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa.”

O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry.

O ato de interagir com os meus semelhantes não é muito fácil, muitas vezes. Há momentos que não sei muito bem como agir, o que dizer… Às vezes nada falo, pois eu acredito que não é necessário dizer nada. Porém, quem me escuta deseja ouvir algo de mim e eu simplesmente não sei. Assim, algumas relações vão se perdendo ou quase nunca são aprofundadas. O que é uma pena, porque o meu coração parece desejar sempre um encontro de almas… Li uma vez que um dos critérios para se ter bons amigos é a convivência. Então como os seres humanos convivem? Com o diálogo. É neste ponto que falho, pois o tato social não é algo que eu faça com excelência. Não sou o tipo de pessoa que percebe com facilidade quando alguém está triste, por exemplo, e se a pessoa me falar que está tudo bem, eu irei acreditar. Eu realmente necessito que o sim seja sim, e que o não seja não. Do contrário, estarei pensando que está tudo bem.

Tenho pensado tanto nos últimos meses sobre este aspecto e eu ainda não cheguei a uma conclusão. Talvez estas situações aconteçam deste modo devido a este pequeno detalhe da minha personalidade. Em princípio, eu me sinto mal quando acontece. Mas o passar do tempo vai mudando o meu interior como o tempo vai mudando as cores do céu. O cinza vai surgir, entretanto, eu sei que haverá o pôr-do-sol mais incrível, o mais dourado que irá clarear meus olhos e cabelos. E quando toda esta luz me tocar, vou segurá-la como puder, vou gravar na memória como quem fotografa um momento. Lá na frente, serão estas delicadas observações que me permitirão seguir em frente e não desistir, de não permitir que o meu coração se feche. Eu realmente não quero me fechar e guardar um sentimento ruim sobre mim mesma. Eu quero ser boa a quem quiser estar por perto. Por isso, eu preciso ser um pouco boa comigo mesma também. No fim, eu apenas penso que tudo bem não ser excelente em todos os âmbitos da vida… Acho que posso oferecer outras coisas belas ao mundo, afinal, não posso deixar num cantinnho esquecido os talentos que Deus me deu.

Apesar do meu texto não ser semelhante ao encontro da Raposa com o Pequeno Príncipe, mas há algo em comum com o livro de modo geral: as rosas às vezes nos espetam, mas não devemos condenar todas estas flores.

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Honestidade esmagada

Esta reflexão surgiu quando estava pensando sobre a Taylor Swift ter alterado uma frase de sua música na regravação do Speak Now. Estava conversando com algumas amigas, que também gostam muito dela e desse álbum em específico, então falamos sobre como a Taylor se importa bastante com a opinião da mídia e de seu público mais engajado.

Quando ela lançou o clipe de Anti-Hero, muitas pessoas comentaram que ela estava sendo “gordofóbica” porque na cena ela estava se pesando e a balançava apontava para a palavra “fat”. E agora ela mudou uma frase de uma música porque supostamente é um conteúdo “misógino”.

Honestamente, se tratando de um álbum que é sobre assuntos que lhe davam ansiedade, que lhe deixavam acordada na madrugada, pensando sobre seus medos, inseguranças etc, é normal que ela represente a insegurança sobre a sua aparência física. Qual mulher nunca sentiu isso na vida? Quanto a Better Than Revenge, é uma música sobre raiva e vingança, sobre como ela se sentiu por uma garota ter roubado o seu namorado.

Ela foi tão honesta, tão sincera em suas representações porque ela colocou o seu coração da maneira mais crua possível. Mas por causa de um determinado público, que ao meu ver, está sempre sinalizando virtude e se você não seguir conforme as regras do clube, será hostilizado pelo mesmo, esta sinceridade do coração da artista está sendo minado aos poucos. Até que ponto se retratar é uma ação louvável ou apenas se trata de ter a sua honestidade esmagada? Será que agir de determinado modo é o que você é de verdade, ou apenas você está tentando se encaixar em um determinado mundo? Tentando ser aceito(a)?

Enquanto pensava sobre tudo o que gostaria de elencar aqui, que não é exatamente o que ocorre com o trabalho da artista em questão, mas sobre um ponto crucial do ser. Há um livro que gosto bastante, e apesar de não ser uma leitura recente, algo me marcou muito ao ponto de tê-lo muito vívido em minha mente: que a razão de existir é ousar ser. Foi algo que li em Demian, do Herman Hesse. Acredito que esta ousadia vai se perdendo aos poucos quando abrimos mão daquela sinceridade e vamos perdendo a nossa autenticidade.

Em meu interior já opiniei que a Taylor não deveria se importar exageradamente com o que os outros vão pensar dela e de seu trabalho, mas sendo bem honesta, eu não posso fazer isso porque eu também sei como é tentar agradar e nunca conseguir. Eu sei como é se sentir excluída por algum motivo, por ter ousado ser… Eu compreendo essa preocupação dela porque é a mesma preocupação que ronda a minha mente. Houve um tempo na minha vida que eu tentei ser quem eu não era, ou tentei não falar sobre as coisas que eu gosto porque eu queria ser aceita. É um sentimento tipicamente da puberdade, mas eu percebi que ele me acompanha ainda na fase adulta e não é fácil amadurecer porque muitas vezes dói, porque muitas vezes se trata de enfrentar dragões e às vezes estes dragões moram dentro de nós.

Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. – Demian, Hermann Hesse

Tudo isso me fez perceber que estar rodeada de pessoas que estão o tempo todo desejando parecer bons, acabam se tornando os mais cruéis porque eles não conseguem perdoar nenhum deslize, não conseguem exercer a imaginação e supor que talvez você “deslizou” por algum outro motivo que somente Deus conhece. Qualquer detalhe sobre você será motivo para te pôr para baixo e esta crueldade vem acompanhada com o motivo de tornar o mundo melhor ou qualquer outro motivo que estes consideram elevado ou essencial, eles dizem.

Mas tudo isso não deve se tornar motivo para minar uma alma, e sim para elencar a sublimidade de que ela existe para a bondade, para ser bondosa, semelhante ao nosso Criador. Boécio diz que todos nós buscamos o bem, porém algumas vezes o que pensamos ser o bem é só uma ilusão e precisamos usar a razão, iluminada pela fé, para que a verdade salte aos nossos olhos.

Ainda usando trechos do livro Demian, há uma passagem que diz que a ave sai do ovo e este ovo é o mundo e quem quiser nascer precisará destruir o mundo. Bem, o pássaro é ainda muito frágil quando quebra a casca do ovo, ele não alça vôo de imediato. Nascemos tão frágeis para um mundo que foi feito para louvar a Deus em cada coisinha, embora este mundo nos pareça hostil tantas vezes… Acho que não importa muito quantos anos temos, acho que seremos sempre como uma ave frágil porque sempre haverá situações na vida que irá nos exigir quebrar a casca do ovo, mesmo que um punhado de dedos nos apotem que somos um patinho feio.

 

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Olá, querido inverno.

O solstício de inverno chegou! Creio que o nosso amigo sol é muito humilde, porque mesmo sendo majestoso e cheio de calor, ele sabe que não é a razão da vida e é nesta época do ano que ele começa o seu declínio, como se estivesse se ajoelhando para a verdadeira luz do mundo, Cristo. Como se utilizasse das mesmas palavras de São João Batista: Importa que ele cresça e que eu diminua.

Sei que estou um tanto atrasada, mas não pude deixar um pequeno registro por aqui. Tenho feito muitas coisas que alegram o meu coração: estudar, passear pela natureza, pintar e desenhar. Porém ando sem criatividade para fazer postagens no Bosque e eu tenho uma forte intuição dentro de mim que isto é consequência de passar muito tempo postando em rede social. Na verdade, não sei ao certo se é falta de criatividade… Eu percebi que penso muito nas minhas idéias e penso ainda mais se irei pô-las em prática… Então eu penso tanto que acabo não fazendo nada! Eu quero me esforçar para mudar isso.

Bem, não quero transformar esta publicação em uma condenação às redes, mas eu tenho tentado passar menos tempo possível nelas e neste curto período já percebi que melhorei em algumas coisas que gosto, por exemplo, na área dos estudos. Acredito que a minha mente começou a ficar menos dispersa, então ajudou muito em tudo o que gostaria de pôr em prática. O que me lembra desta querida aula sobre a vida intelectual & a mulher que assisti recentemente e há como eu concordar mais de tudo o que foi dito e apontado?!

Também estou aguardando ansiosamente pelo lançamento da regravação do Speak Now (Taylor Swift)! Sinto um carinho enorme por ele, porque eu o ouvia incansavelmente quando estava no ensino médio. Eu era meio rockeira na época, mas eu abri uma exceção para a Taylor haha.

Graças a Deus a vida vai calma, na medida do possível. Creio que esta é a primeira vez que não planejo uma postagem. Simplesmente peguei o meu notebook e comecei a escrever isso daqui. Não faço a menor idéia se alguém frequenta o Bosque, se me lê, se sabe quem eu sou… Mas de qualquer maneira, gosto de estar aqui e de fazer o que eu faço.

Então vou deixar aqui uma resolução para este inverno: não pensar tanto, praticar mais!

 

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Vivarium

Tudo começou quando eu e meu marido decidimos fazer mais uma leitura em conjunto, decidimos ler “A Opção Beneditina” e eu sugeri que poderíamos adicionar algumas outras leituras para complementar esta, então começamos a ler primeiro a Regra Monástica de São Bento.

Um pensamento foi puxando outro, pois decidi pesquisar mais sobre os monges copistas, afinal, São Bento também foi um dos contribuintes para os mosteiros se tornarem um celeiro da cultura e educação. Outros santos, muito antes, também foram inspirações para este tipo de trabalho, como São Pacomius e São Jerônimo. Todo este momento da história, desde a transição do Império Romano para a Idade Média até o apogeu desta, levou-me ao primeiro mosteiro responsável pelo trabalho de copiar as obras clássicas, o Vivarium.

Este mosteiro foi fundado por Cassiodoro no ano 555 d.C. Este acontecimento marca o início dos mosteiros como centros de estudo e do trabalho dos copistas

No período de transição, o filosófo Boécio foi muito importante, devido ao seu trabalho de tradutor e comentarista, assim estabelecendo uma ponte entre a cultura antiga e a Idade Média. Ele é considerado o pai da escolástica por ter criado todas as bases da educação medieval.

Em seguida, é quando se dá o início ao Vivarium. Esta fundação marca o início dos mosteiros como centros de estudo e do trabalho dos copistas, pois os católicos estavam preocupados também com as obras clássicas que seriam perdidas devido as invasões bárbaras, pois estes povos destruiam absolutamente tudo o que viam pela frente, inclusive as bibliotecas. Cassiodoro percebeu algumas coisas fundamentais para a educação: a tranqüilidade (interior e exterior) e a elevação da alma para o estudo, esta última só podia ser em um mosteiro, devido a época em que se encontravam.

Com todos estes fatos, senti-me inspirada a nomear o fichário onde guardo minhas anotações de estudos e leituras, de Vivarium. Resolvi também adicionar algumas frases variadas que considero complementar a tudo o que venho guardando neste baú de papéis e letras.

Felizmente adicionei “A Consolação da Filosofia” para uma das leituras deste ano, e estou bem contente porque se encaixa perfeitamente ao assunto e espero aparecer aqui em breve falando um pouquinho sobre este livro do Boécio.

Jesus Cristo precisa de nosso espírito para sua obra como ele precisava, sobre a terra, de seu próprio espírito humano. Tendo ele partido, nós lhe damos continuidade, temos essa honra incomensurável. – Sertillanges.

Todas estas informações eu encontrei neste artigo, no final dele há as referências bibliográficas para quem quiser se aprofundar mais no assunto. Espero um dia poder ler alguns dos títulos que lá se encontram. Recomendo a leitura do artigo “The Influence of Cassiodorus on Mediaeval Culture” (Leslie W. Jones), se você tiver dificuldade em encontrar o artigo completo para ler, é só usar o SciHub para baixá-lo. Espero ter ajudado e até mais!

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Conheça a Artista

Oi, eu sou a Mírian (é o meu segundo nome), nasci em 1993, sou católica, casada e ainda não tenho filhos. Faço ilustrações profissionalmente desde 2017/2018, época em que concluí a graduação em Biologia e pude me dedicar ao curso de ilustrador. Meu objetivo era aprender ilustração científica e me dediquei bastante a isso, mas de uns tempos para cá venho tentando me aprimorar em outros projetos para realizar alguns sonhos que carrego no bolso.

Busco inspiração principalmente na criação do Senhor: a minha tão querida natureza. Além disso, admiro o trabalho de ilustradores que me são muito caros: Beatrix Potter, Tasha Tudor, Cicely Mary Barker, Jill Barklem, Tolkien, Edith Holden, Hayao Miyazaki, entre outros. O mundo inteiro se torna uma inspiração para mim, eu a encontro diariamente nas coisas mais singelas e também em outras que aprecio, como a literatura.

Sou uma sonhadora, e qualquer sopro de vida ou luz, traz alegria ao meu coração e tento pôr isso em forma de desenho. Busco passar o máximo de beleza possível, portanto, estou sempre tentando aperfeiçoar e aprofundar o meu trabalho através dos estudos. Aprecio o que é verdadeiro, e é o que me motiva a criar ilustrações utilizando as regras da pintura e do desenho. A escrita também me é agradável, gosto principalmente de escrever sobre minhas explorações e os livros que leio. Frequentemente estou postando alguns deles no Bosque.

Vou concluir a aparesentação listando coisas aleatórias que gosto, que ainda não foram citadas, para nos conhecermos mais: fazer carinho em animais, cozinhar, ballet, lugares silenciosos, sebos, bibliotecas, sino da Igreja tocando, escrever cartas, contos de fadas, tirar muitas fotos, fazer listas, chuva, café com leite, Santa Teresinha, Santa Hildegarda, São Francisco de Sales, música dos anos 70 e 80 (principalmente rock), Vivaldi, Tchaikovsky, Bach, Taylor Swift, Enya, Cécile Corbel, New Order, escrever no diário, Fiódor Dostoiévski, dias simples.

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Coisas que me fazem feliz

Os temas para escrever continua! Bem, já havia escrito este há um bom tempo, mas eu fiquei revisando várias vezes e depois apareceram coisas mais urgentes para serem feitas e ele acabou um pouco esquecido na gaveta. Porém estou novamente dando continuidade ao desafio. Segue o texto:

É preciso muita coragem para ver o mundo em toda a sua glória maculada e ainda amá-lo – O Marido Ideal, Oscar Wild.

O mundo é um verdadeiro mistério para mim, pois ao mesmo tempo que consegue despertar em meu coração profundas dores, também consegue arrancar de mim profundas alegrias.

Encontro a felicidade neste mundo através da ordem, da beleza e da bondade. A criação do Senhor possui todas estas características e acredito que seja este o motivo de me sentir tão feliz junto a natureza. Amo apreciar as cores únicas que se formam em cada alvorecer ou entardecer. Amo as formas de cada coisinha, das frutas, flores e plantas em geral. Amo tudo que encontro em minhas expedições pelas florestas tropicais e campos ou pelos recônditos da cidade. Tudo isto traz paz ao meu coração. É um breve momento, eu sei, mas para mim parece que a vida se torna mais suportável.

pedacinhos da natureza que encontro para deixar meu cantinho mais aconchegante.

Além do verde, algo que sei que traz alegria é a busca pelas virtudes. Este assunto lembra-me o livro Eclesiástico, pois uma passagem que diz o seguinte: “O temor do Senhor alegra o coração. Ele nos dá alegria, regozijo e longa vida.” Acredito que toda pessoa já sentiu uma certa paz ao praticar algo que sabe ser agradável a Deus, algo que é belo. Não sou exemplo para ninguém, mas isto não me impede de falar sobre o que é belo e bom. São Francisco de Sales dizia que mesmo que nós não sejamos virtuosos não é um empecilho para não falarmos a respeito. O próprio se dizia alguém não caridoso, mas sempre conversava sobre a caridade ao se dirirgir às almas que lhe foram confiadas.

É alegre desfrutar do seu próprio trabalho, é uma alegria dada por Deus! Sabe quando fazemos uma faxina daquelas na casa, e mesmo ao final sentindo um cansaço, ficamos satisfeitos? Temos um sentimento de dever comprido e tudo parece reluzir mais brilhante? Então, também é algo que deixa o meu coração feliz! É aqui também que a ordem se faz presente.

A busca pela sabedoria, a Verdade enche meu coração de alegria. É inefável o sentimento ao aprender algo, ao estar de frente com a absoluta verdade, ou de compreender um pouco mais sobre algo que sempre pensava. Sinto-me alegre entre meus papéis tingidos de café que uso para escrever coisas especiais e as tantas palavras de pessoas de outras épocas longínquas ou recentes que me falam da verdade e da beleza. Acho que jamais conseguirei explicar com precisam o que se passa dentro de mim ao vivenciar esta alegria.

A arte não pode deixar de ser mencionada como algo que traz alegria. Na verdade, ela me é uma necessidade quase como respirar. Gosto de ouvir música (apesar do meu gosto não ser um dos mais refinados), gosto de literatura clássica, pinturas, ballet clássico, costurar, desenhar, pintar com aquarela (às vezes com lápis de cor) etc. Mencionei costura, por exemplo, apesar de não ser considerado arte propriamente dita. Mas quem se importa? Levo no coração a definição dos gregos sobre arte: tudo aquilo que é transformado a partir de uma matéria prima.

(…) como a alegria e a felicidade tornam bela uma pessoa! Como ferve de amor o coração! Parece que queremos derramar o coração inteiro num outro coração; queremos que tudo esteja contente, que tudo sorria. E como é contagiosa a alegria! – Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski.

 

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A literatura e eu

Em Cartas aos Jovens Sobre a Utilidade da Literatura Pagã, São Basílio nos fala no quanto o leitor pode tirar proveito ao observar personagens malvados ou bondosos. Quando nos damos de frente com estes personagens podemos refletir sobre o bem e o mal, sobre como o mal se apresenta e como o bem sempre triunfa, pelo menos deveria ser sempre desta maneira. Mas este detalhe é um assunto que pretendo conversar um pouco mais adiante em um outro momento.

A literatura sempre me foi agradável. Desde que aprendi a ler e a escrever, estava sempre desejando ter algo em mãos para me deliciar com a leitura. Há um bom tempo que venho tendo o desejo de me aprofundar mais nas obras, e devo esse profundo anseio após a minha primeira leitura de Os Irmãos Karamázov. O escritor Dostoiévski consegue pôr o mal e o bem de maneiras tão profundas e nítidas que acredito ser impossível não se emocionar e se alegrar quando algum personagem se arrepende de seus graves pecados, por exemplo.

Este amor pelos livros e leitura vem crescendo tanto que estou decidida a dedicar um pouco de meus estudos a este assunto. Sei que comparado ao Eterno isso não é nada, mas devo me lembrar que tanto a pedra quanto o sol servem a Deus. E apesar de uma primeira olhada numa pedra possa nos fazer pensar que ela não tem muita utilidade, na verdade se tivermos um olhar mais profundo chegaremos a conclusão de que ela possui o seu valor para onde está inserida.

Algo que li sobre a humildade é que esta virtude faz a pessoa não alçar voo mais do que sua própria natureza suporta. Ela faz um pardal voar até onde consegue e ser feliz por isso, e não se lamentar por não conseguir voar tão alto quanto um gavião. Rezo ao Senhor e a Virgem Maria para que eu possa ser útil e feliz onde Ele me colocou.

Para a primavera

Gosto muito de pensar em coisinhas para fazer durante as estações. Então juntamente com a minha amiga Alita, elaboramos uma lista de como poderíamos vivenciar os dias desta estação tão doce, pensamos em coisas que gostamos como a literatura, a natureza e qualquer outra coisa que nos fazem remeter a primavera. A minha lista ficou um pouco diferente da dela, mas alguns outros itens são bem semelhantes, como tingir o cabelo com algum chá (eu me inspirei nela, só mudei para o chá preto).

No começo deste mês estive preparando algumas cartas para enviar e eu resolvi adicionar sementes de uma erva chamada picão-preto (Bidens pilosa), relembrando uma época em que estive muito persistente em deixar o mundo mais florido, e consequentemente, mais belo! Consistia basicamente em plantar algo em algum espaço vazio que achasse pela rua por onde eu passava. Acabei percebendo que a primavera é a estação mais próxima, o que deixou meu coração super feliz porque sementes e primavera combinam tanto!

A inspiração só foi crescendo como um brotinho e eu escrevi uma pequena descrição da personalidade da primavera. Fiz de conta que esta estação estava personificada em alguma personagem, e ela se descreveu ao escrever numa folha de papel envelhecida com café.

Também plantei uma semente de girassol e fiquei bastante empolgada ao ver que a bouganvílea está crescendo tanto que já pude pegar algumas de suas folhas coloridas para extrair tinta. Também resolvi fazer isso com os musgos que revestem lindos troncos de árvores.

Outra coisa que já comecei a fazer foi pintar algo somente com pigmentos naturais. Desenhei uma tulipa utilizando os pigmentos do hibisco, feijão preto e cúrcuma. Eu obtive a cor verde fazendo uma mistura do azul (feijão preto) e amarelo (cúrcuma). Eu amei o resultado. Lembra bastante aquarelas delicadas.

Aos poucos irei montando este pequeno diário de atividades para fazer nesta estação. Estou bastante feliz e empolgada para essa nova jornada!

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Desafio para escrever: Minha personalidade

Encontrei um desafio de textos no Pinterest para escrever com diferentes temas, o primeiro é para escrever sobre a minha personalidade. Este tema foi realmente um desafio, pois considerei bastante difícil falar sobre mim mesma. Não gosto muito de escrever ou falar sobre mim, principalmente se for em público. Sabe aquelas apresentações que se faz quando se é novato em algum lugar? Então, eu fico desesperada para não passar por isso. Bom, vamos ao texto.

Sou uma pessoa de personalidade introvertida, tímida e de aparência tranquila. Em meu interior sinto tudo o que me chega de uma maneira profunda, um ato de gentileza ou ser lembrada por algo simples me marca intensamente. Sou bastante reservada, ao ponto de ser muito difícil que me conheçam de forma mais íntima. O meu interior é muito precioso para mim e são raras as pessoas as quais consigo sentir-me à vontade e que permito que caminhem na estrada do meu coração.

Sou movida pelo meu forte senso de moralidade, procuro sempre guiar a minha vida de maneira justa e bondosa. Estou sempre tentando oferecer o meu melhor. Desejo imensamente alcançar a verdade, a beleza e a bondade. Acredito que a busca pela verdade me fez chegar até onde estou. Gosto de fazer isso por meio de muito estudo, reflexões e aprendendo com aqueles que são sábios.

Passo muito tempo pensando e observando do que falando. Sinto-me confortável em investigar sobre a vida em meus pensamentos, meditar sobre os mistérios da vida do Nosso Senhor Jesus Cristo e o Evangelho são umas das coisas que mais gosto de fazer, além de meditar sobre o que leio durante meus estudos e minhas leituras literárias. Não é raro que eu tenha uma vida de sonhos em minha mente, ao mesmo tempo que sempre tento pôr meus pés no chão. Se alguém conversar comigo sobre algo que eu amo, eu vou falar da maneira mais entusiasmada ao ponto de me arrepender depois por ter me achado uma tola.

Não ambiciono muito e sinto-me satisfeita com o que sou ou tenho, ao mesmo tempo que, ambiciono tudo o que é eterno e em tornar-me alguém melhor, em ser uma boa esposa e mãe. Sou alegre vivendo a minha rotina pacata, gosto de ter noção de como será o meu dia, que tarefas farei e detesto surpresas. Todo tipo de surpresa!

A arte e a vida intelectual despertam um enorme interesse em mim e elas possuem grande influencia na minha vida. A música, o desenho, a pintura, a escrita, a filosofia, as ciências naturais são áreas que me envolvo, tentando transmitir através delas como vejo o mundo. Sou obcecada por desenhar e colorir o mundo natural. Também amo fotografar e tornar as minhas fotografias mais artísticas. Possuo facilidade em me ater aos detalhes, e acredito que isso possibilitou minha facilidade em desenhar e observar formas geométricas e cores na natureza.

Sou muito persistente em tudo que me proponho a fazer, das pequenas às grandes coisas. Não desisto enquanto não alcanço um objetivo bom. Noto isto refletido no meu trabalho quando costuro ou desenho, por exemplo. Gosto de regras e de como devo saber me comportar em determinados ambientes ou situações porque às vezes não percebo muito as circunstâncias. Levo tudo muito a sério e dificilmente sinto-me relaxada. Sou católica e obviamente isto influencia a minha personalidade, graças a Deus.

Espero trazer os demais textos aqui em breve! Bom, isso é só uma leve pincelada dos traços de minha personalidade.

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Primeira roseira

Dentro do jardim a vi e logo meu coração encheu-se de contentamento! Pude trazê-la comigo para deixar o meu mundo, que é tão terra, provido do seu belo rosa. Eis a minha primeira roseira! Já apreciei muitas, mas nunca antes havia tido uma para cuidar e espero de agora em diante saber cultivá-la.

Não compreendo muito de rosas, e agora, que aqui há uma comigo, desejo aprender para fazê-la crescer linda e saudável, em troca, ela dará sua formosura cor-de-rosa, atrair beija-flores, abelhas e outros insetos polinizadores.

Li que é preciso deixá-las receberem o máximo de luz natural possível. Ela foi plantada em um local que há luz do sol durante o dia e durante a tarde. Aqui onde moro é inverno e ele é caracterizado por uma época de muitas chuvas, portanto, não irei regá-la. Mas quando a primavera surgir, devo regá-la somente uma vez por semana e sem molhar suas folhas. Regar mais que isto apenas se for muito necessário.

Devo esperar a roseira crescer mais, ficar um pouquinho mais vigorosa para poder colher as flores. Fiz bem em deixá-la com sua florzinha, até porque eu fiquei com muita pena de tirar.

É uma muda pequena e já estava com essa linda flor. Então imagino que à medida que ela for crescendo, mais lindos botões e flores irão surgir. Sou tão fascinada por botões de rosas!

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