A minha primeira leitura de A Divina Comédia

Concluí a minha primeira leitura de A Divina Comédia e ela se deu no início da primavera (aqui no hemisfério sul foi o outono), tal como o Dante que iniciou a sua jornada em busca pela Verdade na primavera também! Se eu tivesse combinado, não teria dado tão certo essa coincidência. Esse detalhe sobre a primavera me chamou a atenção porque segundo alguns cálculos medievais, 18 de março foi a data do primeiro dia da Criação! Isso é só um grão de areia diante da praia da cosmovisão de outrora, mas que infelizmente não é tão falada porque atualmente tudo isso é visto como superstição e coisas do tipo. Bem, eu devo o interesse por essa leitura ao físico Wolfgang Smith porque foi por eu ter lido o seu livro, A Sabedoria da Antiga Cosmologia, que decedi ler imediatamente A Divina Comédia. Que Deus o tenha!

No Inferno nem preciso dizer que foi um inferno ter lido (desculpa o trocadilho kkk). Mas é que nessa parte só tem desgraça, castigo, murmúrio etc. Por falar em murmúrio, no Canto III, há versos sobre almas que blasfemavam a si mesmas murmurando sobre o dia e/ou lugar que nasceu, isso me chamou muito a atenção! Um dos Cantos que mais me deixaram em choque foi o XXXIII que narra a história do conde Ugolino que foi traído pelo arcebispo Ruggieri, foi por ele detido, junto com seus filhos e dois netos, trancado em uma cela até morrerem de fome. Ler sobre um pai que vê sua família morrer lentamente e sem poder fazer nada me doeu muito.

No Purgatório as coisas começam a melhorar porque as almas, apesar de sofrerem, elas ao mesmo tempo, sentem a esperança do dia que sairão dali para adentrarem no Paraíso. Elas também acham justo a sua purificação e sempre pedem ao Dante, que ao regressar, falem com seus parentes para que rezem por eles. No final do Purgatório, chorei muito porque é quando o Virgílio se despede do Dante e não vai mais guiá-lo, também fiquei rindo ao mesmo tempo que chorava porque eu não estava acreditando que um livro estava fazendo isso comigo. O meu marido olhava para mim e não entendia nada kkkk.

Por fim, o Paraíso!! Essa foi a parte que eu mais estava ansiosa para ler porque sabia de antemão que ela é a que mais têm referências ao simbolismo astrológico. Simplesmente fiquei feliz ao ler cada verso e também por ter conseguido compreender o porquê de cada alma beata estar em determinado planeta. Acredito que isso aconteceu porque já tem algum tempo que tento aprender sobre o simbolismo da astrologia tradicional, e mesmo eu não sendo nenhuma especialista, deu para ter uma boa compreensão do texto. Com a graça de Deus, pretendo me aprofundar cada vez mais nesse assunto.

Preciso comentar um outro ponto que me chamou a atenção. No final do Paraíso (Canto XXIX) nos é apresentado a respeito do céu material, e este é animado pelas Inteligências Angélicas, os anjos fiéis a Deus. Quando Beatriz discursa sobre quais são as faculdades destas criaturas, ela diz que São Jerônimo escreveu sobre os anjos terem sido criados séculos antes de o mundo ter sido feito, e incentiva o Dante a procurar isso nas Sagradas Escrituras. Ah, esse assunto coincidiu com uma outra leitura que fiz nesse ano, a Trilogia Cósmica do C. S. Lewis!

Algumas coisas que me fizeram rir [uma nota para quem diz que A Divina Comédia não é uma comédia (outro trocadilho absurdo, desculpa, eu não me contenho kkkk)]: O Dante se colocando no clube dos maiores poetas do mundo; O modo como o Virgílio dava bronca ou conselhos para o Dante; o Dante fazendo um elogio para o signo de Gêmeos porque foi sob este signo que ele nasceu; o Dante parecendo a personificação daquela música do Cazuza (Exagerado) quando se tratava da Beatriz; a Beatriz ensinando sobre cosmologia ao Dante; e o fato de que o Dante fez um “exposed” de várias pessoas, inclusive de Papas.

Enfim, eu gostei muito de ter lido A Divina Comédia, apesar de ter me arrastado por tanto tempo nesse livro, ele se tornou um dos meus livros favoritos e se Deus quiser, pretendo sempre relê-lo! Acredito que com o tempo, terei mais bagagem para compreender a obra profundamente. Ficou muito nítido o quanto Dante Alighieri é um escritor genial, portanto, ele merece estar no clube dos grandes poetas.

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Céu da Lua – A Divina Comédia

Olá! Estou sentindo vontade de compartilhar o que observei durante a leitura do Paraíso na Divina Comédia. Estas observações são singelas e baseadas no pouco de conhecimento que aprendi, até o momento, sobre o simbolismo astrológico. Tentarei fazer uma publicação para cada planeta e espero que isso ajude de algum modo aos leitores deste clássico. Segue o meu texto:

Chegamos ao Canto do Paraíso da concha concêntrica da Lua! Mas antes de tecer qualquer comentário sobre o Canto III, gostaria de falar um pouco sobre o simbolismo da Lua na astrologia e em seguida sobre o que é narrado.

Bem, a Lua é um planeta de fases, portanto ela nos fala sobre a mutabilidade ou inconstância. Ela também nos fala sobre os nossos sentimentos mais íntimos, o que nos faz feliz profundamente, sobre o que precisamos para nos sentirmos seguros.

Neste canto conhecemos a alma de Piccarda, então o Dante lhe questiona se ela não se sente infeliz por estar no lugar mais distante de Deus e se gostaria de estar em um lugar superior. Ela responde que este sentimento é impossível no Paraíso, porque a felicidade dos beatos da Lua reside justamente em cumprir a vontade de Deus, e isso lhe dá o sentimento de paz.

Durante a sua vida na terra, Piccarda fez votos ainda adolescente, mas o seu irmão a obrigou a se casar com um nobre. Apesar desse infortúnio, Piccarda manteve em seu coração os votos que fizera.

Percebemos que o tema central neste Canto são os sentimentos e aquilo que levamos no mais âmago de nosso ser, a nossa vontade mais profunda… Como o exemplo de Piccarda que conservou em seu coração a sua promessa, a sua vontade mais profunda, aquilo que estava escondido e só ela e Deus sabiam.

Também percebemos uma alusão mitológica da deusa Diana. Dante explora a concepção tradicional da Lua como planeta de Diana, a deusa virgem e protetora das mulheres.

Interessante observar também que neste Canto são nos mostrados apenas mulheres, a Lua é um planeta feminino, de qualidade úmida e fria.

Acredito que a alma beata de Piccarda nos faz refletir sobre o quanto nosso interior é importante, apesar do que ocorre externamente. O seu coração se manteve fincado em seus votos como a Cruz fincada no Monte Gólgota, mesmo tendo sido obrigada a viver um casamento infeliz. Deus é o nosso Pai bondoso que se importa com nossos sentimentos mais profundos e as circunstâncias a qual estamos inseridos, conhece plenamente o nosso coração e não desprezou Piccarda por ela ter tido que quebrar o seus votos, pois em seu coração ela foi fiel.

A Lua nos diz sobre a inconstância dos sentimentos, mas no coração humano há uma força superior.

 

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Últimos atos de criação

Olá! Ontem de tarde resolvi fazer um marcador de livro completamente manual. Pintei com lápis de cor, pois estava com saudade de usar esse material. Usei papel de aquarela 300g, uma fita durex, e claro, muito amor!

Tenho feito muitas coisas manuais com uma certa constância, o que me deixa bem feliz! Uma delas foi um par de brincos com pérolas irregulares. Eu me apaixonei por esse tipo de pérola e achei uma de água doce que é escura e que parece ter sido pintada com as cores de uma aurora boreal! E para completar esse mundo da água, um registro que fiz da Lua e do céu, estes atos são por conta do Criador mesmo.

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Coruja suindara bordada

Um dia eu estava em uma papelaria comprando material para escrever cartas e, naquele momento, vi alguns cadernos chamados de “sketchbook” bem simples, então pensei que eu poderia tentar personalizá-los.

Bem, eu tenho um acervo bastante aleatório de pedaços de tecidos que não tem tamanho suficiente para fazer alguma roupa, mas sinto um incômodo deles estarem ali sem vida… Desejo criar coisinhas com eles e embelezar mais os meus momentos, ou o momento de alguém, caso apareça alguma encomenda.

Escolhi bordar uma coruja porque ela é um dos símbolos da sabedoria e eu amo aves! A espécie escolhida foi a suindara (Tyto furcata) porque é a minha espécie favorita de coruja. As cores das linhas eu já havia adquirido há muitos anos, então eu só tive que comprar os cantos protetores e o caderno, como dito no começo.

Fiquei feliz com o resultado, pois eu apenas estava tentando começar algo diferente e deu certo! Espero conseguir criar diversos itens com os tecidos e as linhas. Agora irei pensar qual será minha próxima criação! Fiquem com algumas fotos do caderninho personalizado:





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Santa Melangell, a padroeira das lebres e dos coelhos

Sou profundamente obcecada por santos eremitas, principalmente quando se trata de histórias celtas, galesas, irlandesas… Para mim é uma grande satisfação poder unir muito do que amo em um santo católico. Esta semana descobri alguns santos galeses porque vi uma publicação do Padre ortodoxo Andrew Stephen sobre São Twrog, o que me instigou no momento a pesquisar mais sobre santos que nasceram na região norte da Europa. Acabei encontrando uma santa eremita que despertou muito meu interesse porque ela é representada junto de uma lebre (ou um coelho). Quando vejo algum santo junto de um animal ou natureza, quero mergulhar profundamente na sua história!

Estou falando de Santa Melangell. Ela foi uma princesa irlandesa que fez votos de castidade e abandonou suas riquezas e a realeza após seu pai querer que ela se casasse. Ela abdicou de todo seu conforto e glória para cumprir seus votos e seguir Jesus Cristo. Então ela passou a viver na natureza, imagino que cercada de verde, acordando com os primeiros raios de sol e a primeira sinfonia dos pássaros, contemplando o clarão do luar e das estrelas enquanto tinha a dádiva de rezar no absoluto silêncio…

Mas um dia, após 15 anos sem ter visto pessoa alguma e muito menos algum homem, ela estava rezando profundamente quando uma lebre surgiu de repente, saída de um matagal e se escondeu sob sua roupa, parecia que a lebre sabia que sob a proteção de uma santa, homem algum lhe ousaria fazer mal. Esta lebre estava sendo perseguida pelo príncipe galês de Powys, Brochfael Ysgithrog e pelos cães. O Príncipe assm que chegou perto, ordenou aos cães a pegarem a lebre, mas os cães não o obedeceram, talvez devido a bela imagem da Santa em sua profunda devoção. Apesar de ser de direito do Príncipe, porque estavam em suas terras, Melangell não se intimidou e não desistiu de proteger o animal.

O Príncipe ficou tão espantado com a cena e a beleza da santa que desistiu da caça. Então ele declarou que aquele lugar fosse um santuário à devoção a Deus e um refúgio para todos que precisassem, especialmente as lebres. Assim, muitas mulheres com desejo de se consagrarem se deslocaram para lá e Melangell cosntruiu um mosteiro feminino e tornou-se abadessa durante 37 anos até a sua morte.

Realmente, a história nos mostra que a vila Pennant Melangell não houve mais mortes de animais durante a vida de Santa Melangell, não apenas as lebres, mas outras criaturas de Deus estavam seguras sob a sua tutela e a história também conta que até mesmo animais selvagens ficaram mansos quando viviam na área.

Santa Melangell foi declarada santa e padroeira das lebres e coelhos. Há uma oração para se fazer caso você encontre um desses animais sendo perseguidos: “Deus e Santa Melangell estejam contigo” e então o animal escaparia. Sua festa é celebrada dia 27 de maio.

Fiquei muito inspirada em tentar representar esta santa da maneira mais bonita que pude. Escolhi um vestido rosa porque eu tinha em mente em fazer um fundo verde para representar o local onde ela viveu, a natureza. Além disso, considero o rosa uma cor linda e alegre. Preferi um coelho branco a uma lebre castanha porque o branco se destaca ainda mais nas cores verde e rosa. Em uma mão, Melangell protege o coelho e na outra segura uma Cruz feita de gravetos, simbolizando a sua devoção a Cristo. A ilustração foi feita em papel A4, 300g. Utilizei aquarela, lápis de cor e um pouco de tinta acrílica.

Santa Melangell, rogai por nós!

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O Estranho Mundo de Jack (1993)

Quando eu era criança, amava assistir O Estranho Mundo de Jack. Ele era um desses filmes que me causavam conforto, na época, eu não sabia bem dizer o que me atraia tanto. Também não sentia nenhum medo daqueles monstros ou do cemitério, inclusive, cemitério é um dos locais mais legais para visitar, pelo menos para mim! Lá no fundo, eu gosto de coisas que são consideradas “esquisitas”, embora eu não demonstre tanto assim (acho).

Recentemente assiti de novo porque eu acabei me lembrando dessa época. Dessa vez eu percebi uma porção de coisas que não havia me dado conta quando criança, afinal, eu aprendi tantas coisas ao longo desses anos, como por exemplo, a peça de teatro Hamlet! Logo mais vou falar o motivo de ter citado este clássico.

O início do filme mostra o Jack recebendo muitos elogios por mais uma vez ter transformado o dia do Halloween em um horror, é um momento de glória! Para a população não há nada mais incrível e mal imaginam o dilema que se passa no âmago de seu grande ídolo. Ao longo da cena, Jack vai se afastando da cidade e expressando o vazio que sente porque tudo é igual todas as vezes. Ele anseia por algo superior.

Então ele descobre um lugar com várias portas, e cada uma levava para algum feriado importante em específico. Ele decide abrir a porta do Natal e se impressiona com um mundo completamente diferente. Há cores, alegria, doces e presentes. Jack não entende nada disso e resolve tentar descobrir do que se trata!

Esse é um momento que considero bastante interessante. A personagem resolve entender o Natal através dos livros, dos contos que se passam nessa época. Há referência a Rudolph (Robert L. May) e a Um Cântico de Natal (Charles Dickens), mas ele ainda não consegue compreender a razão do Natal. Sua última tentativa é ler um livro do método científico e iniciar as experiências. Por exemplo, ele corta a barriga de um ursinho de pelúcia e surge muita espuma. E nesta série de pesquisas práticas, ele continua sem entender o significado do Natal.

O que eu pensei ao assistir essas cenas foi que o Natal tem um significado para além dos livros, da ciência, do material… E o método científico não tem como medir algo que possui uma natureza diferente daquilo que estava sendo pesquisado. Além disso, o Jack é um esqueleto, ele vive no mundo dos mortos, das assombrações, um lugar sem vida. Seria exigir muito porque está além de sua capacidade. Ele realmente continua todo o filme sem entender o Natal. Porém, ele acaba percebendo o valor que existe em seu mundo e se arrepende de todos os erros cometidos nessa busca maluca de preencher o vazio.

O desenho também toca em um assunto muito interessante: o drama existencial. O Rei da Abóbora anseia por algo maior, sem saber exatamente o que seria isso. Ele é um idealista nato, há nele uma esperança de que existe algo muito maior do que assustar criancinhas. Ele me lembra um pouco Hamlet, como escrevi no início, por causa desse desejo. Desse questionamento e desse caminho para dentro de si mesmo. Essas perguntas sobre a nobreza da alma e o desgosto de uma vida, aparentemente, sem sentido que há em Hamlet, há também um pouco na história do Jack.

Então o Jack sonha nesse mundo de medo e morte. Não somente ele, mas também a Sally, uma personagem fundamental na trama. Ela também é sonhadora, mas a considero muito mais sensata que o seu par romântico, porque desde o começo ela nota que o que o Sr. Esqueleto quer fazer é algo que vai acabar muito mal. Ela age de maneira semelhante a Ofélia alertando o Hamlet de suas loucuras. Para mim, a Sally é a responsável por salvar o Natal. O que a tornou heroína da história foi o fato dela não buscar agir de modo diferente do que ela é. Há nela muitos atributos da feminilidade: doçura, discrição, paciência e compaixão. Todas estas qualidades em ação trouxeram um final feliz para o filme.

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O ato de estudar e um desabafo

“Weeds are flowers too, once you get to know them”. – Winnie the Pooh, A. A. Milne.

Minha fortaleza da solidão quando quero fugir do mundo e seu barulho.

Não lembro muito bem como comecei a gostar de estudar, acredito que já nasci desse jeito porque uma das minhas lembranças mais antigas na escola era o entusiasmo que eu sentia ao pegar o livro e folheá-lo para saber o que iríamos aprender naquele ano. Alguns assuntos em específico faziam o meu coração radiar de tanta alegria. Tal sentimento continua ardendo em meu coração, e é uma das coisas que mais me dão felicidade e paz na vida!

Então por esse motivo, não consigo dizer quando tudo começou, pois tudo já estava lá… Penso que com o decorrer da vida fui aprimorando os meus gostos, e apesar de uns adormecerem, eles eram despertados logo após uma brisa suave trazer o perfume do interesse.

Bem, na juventude dessa experiência, tive uma mentalidade pueril de achar que só porque se tratava de um livro, tudo ali era verdade. Infelizmente, muitas coisas podem ser falsas e existem escritores desonestos. Foi o que mais notei quando vi que muitas coisas ditas sobre a Igreja Católica e a Idade Média não condizem com os fatos. Cito esse exemplo porque é o que eu tenho mais familiaridade. Mas apesar disso tudo, não penso que tenha sido ruim essa fase, pois eu aprendi muito e tirei tanto proveito! Na verdade, eu sou muito grata por ter passado pela ilusão, creio que me deixou mais forte.

Apesar dos tropeços ou das ilusões, tem algo que eu fazia que acredito ser muito necessário: não temer estudar alguém ou algo que não faz parte de um determinado “cânone”. Agora vem o meu desabafo… Muitas vezes eu compartilhava algo que estava lendo, seja algo teórico ou uma literatura clássica, e às vezes alguém me criticava por estar lendo “coisas perigosas”. Perigo?? Eu dou risada na cara do perigo! (Eu assisti O Rei Leão um dia desses haha). Brincadeiras à parte, jamais passou pela minha cabeça que só porque eu estava lendo um livro sobre baleias, eu automaticamente me transformaria em uma baleia!

Sinto verdadeiro amor pelo conhecimento, pela sabedoria milenar, amo aprender e comparar coisas. E esse amor me faz ter o comportamento semelhante das abelhas, pois elas conseguem fabricar mel extraindo matéria prima dos lugares e coisas mais inacreditáveis! Sabia que a abelha jataí consegue produzir mel até do excremento de outros animais?

Tenho um espírito explorador. Tanto na natureza, quanto nos grandes saberes da humanidade. Explorar na natureza não me deu apenas o deleite de estar nela, mas também o de encontrar encantos em lugares que não pareciam tão atrativos. Ouso dizer que o melhores achados que tive, foram quando olhei para o que é desprezado. Acho que quem realmente ama estudar, não deve desprezar nada e nem ninguém. O desprezo pertence aos orgulhosos, e a sabedoria aos humildes. A humildade é o princípio de tudo! Se Dante Alighieri desprezasse os “pagãos”, provavelmente não teríamos A Divina Comédia.

Voltando ao desabafo… Bem, admito que eu não gosto quando alguém que não me conhece e não tem nenhuma responsabilidade para comigo, me diz o que eu devo ou não fazer, nesse contexto, o que eu posso ler ou não. Eu tenho que respirar muito fundo para não perder a paciência, outras vezes eu fico completamente sem reação diante da loucura. Enfim, vou deixar uma frase de Hugo de São Vitor porque eu tenho certeza que ele me entenderia.

“Um estudante prudente ouve com felicidade todas as teorias. E as estuda, não desprezando qualquer escrito, pessoa ou doutrina que lhes chegue aos olhos. Sem qualquer distinção, notando algum conhecimento que lhes falte, pedem para que lhes sejam dados, porque não levam em consideração o quanto conhecem, mas sim o quando ignoram! Portanto, os verdadeiros estudantes repetem o dito platônico: “Mais me inclino em aprender com modéstia o conhecimento de outras pessoas do que inserir impudicamente isto é, de coagi-las a aprenderem os meus conhecimentos”. – A Arte de Ler.

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Mapa do estilo pessoal

Recentemente descobri o conteúdo da Gabrielle Arruda e estou encantada! Pretendo separar algum tempo para estudar a parte do kibbe, pois eu ainda não sei o meu… Confesso que estou um tanto preguiçosa para ler a respeito, acho que de todos os temas sobre imagem pessoal, esse é o que eu menos me interesso (apesar de saber que é muito importante para não se arrepender de comprar uma roupa depois que se olhar no espelho e se achar esquisita). Porém, eu tenho uma ideia dos cortes que dão certo em mim e vou ficar no instinto, por enquanto.

Agora vou explicar as minhas escolhas

Nesse post eu falei sobre a subcategoria “fairytale” para a essência etérea. Então, eu entrei na minha conta do Pinterest e busquei na barra de busca as cores que mais gosto de vestir e escolhi a opção de buscar entre as imagens que salvei no meu perfil, quando elas apareceram, escolhi aquelas que mais tinham a ver comigo como um todo, principalmente se faziam parte da paleta do inverno brilhante e depois se elas tinham o estilo “contos de fadas”.

Eu amo o fato do inverno brilhante ter a característica brilho! Estava pensando em coisas da natureza que tem iridescência: beija-flor, andorinha, conchas, aurora boreal, peixe, besouros, borboletas, pele de cobra, arco-íris em nuvens, opala, pérola… Outras coisas também: tecido veludo, glitter e luz desfocada.

O vermelho e o verde

Escolhi um pintura do Sagrado Coração de Jesus e que caiu direitinho para o tom de vermelho vibrante. Chapéuzinho vermelho, pássaro cardeal, o laço e lábios da Branca de Neve e um pouquinho de laranja vibrante do pássaro robin (apesar da cor não existir no inverno brilhante). O cardigan vermelho se parece bastante com um que tenho e fica bem em mim, o tecido suave do vestido e a meia-calça que dá um ar mais “dark” ao estilo. São Patrício representando todos os santos celtas, irlandeses e galeses que amo, uma criança com uma blusa verde para representar a aparência inocente da ingênua (nem sei se é uma criança, mas na foto tá parecendo), uma saia de cor verde bandeira e as luzes desfocadas, livros na floresta e um outro sobre contos celtas! E o meu amor pelo céu e as cores intensas de uma aurora boreal.

O azul e o roxo

Os tons de azuis e roxos são, ao meu ver, os que mais combinam comigo. Eu me sinto tão à vontade usando-os, acho que combinam mais com a parte etérea do meu estilo. Eu amo livros ilustrados e escolhi o título de uma das histórias da Jill Barklem, uma das minhas ilustradoras favoritas. Uma pintura de uma personagem tocando flauta e tudo em tons frios. Corujinha representando meu amor pela sabedoria e os estudos. Mãos colhendo mirtilos para evocar o meu lado fazedora de tortas. Mais tecido veludo em tom de azul royal. Nos roxos, escolhi a minha pedra favorita, a ametista. Uma coroa de flores, cabelo colorido (saudade do meu cabelo roxo), cogumelos diferentes e uma noite estrelada. Uma ilustração de unicórnios numa floresta com nevoeiro (quer algo mais contos de fadas que isso?) Sou do tipo que vive na terra, mas a cabeça e o olhar estão nos céus…

Acho que é isso. Tive a ideia de fazer um board com coisinhas que já tenho, espero trazer em breve. Estou bem entusiasmada!

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Minha essência etérea-ingênua

Ter descoberto a teoria das 7 essências de John Kitchener foi algo que ocupou um espaço enorme na minha cabeça. Simplesmente me apaixonei pelo assunto e adorei que a minha essência predominante seja a etérea e a segunda a ingênua.

Tudo começou quando vi alguns vídeos da Patty Domingues falando sobre as essências e uma série de testes para descobrir qual é a sua (ou quais), pois a teoria diz que uma pessoa pode ter até três. Eu não considero muito a minha terceira essência porque a pontuação que fiz foi tão baixa que não dá para usá-la nem nos acessórios.

Cada vez mais me aprofundando no assunto e me observando, cheguei a conclusão quais são as minhas e confesso que fiquei muito feliz e me identifiquei muito com elas. Acabei conhecendo o trabalho da Olga Brylinska, ele é voltado para a essência etérea e há várias subcategorias. A que eu mais me identifiquei foi a Fairytale Ethereal. Um pouquinho da sua descrição:

“Fairytale Ethereal lives in the forest. He follows Little Red Riding Hood, listens to birds singing, talks to animals. He feeds on strawberries and blueberries. He collects mushrooms and herbs. From time to time, he will encounter the house of Baba Yaga or another witch. He’s playing tag with the gnomes. And when he gets bored of classic fairy tales, he watches cartoons, reads comics. He even likes the ones about space. And he loves to read. Sometimes he is even a bookworm. The library is his quiet haven.”

A Olga é uma consultora de imagem tão talentosa! Vale a pena ler tudo do seu site, principalmente se você for sinestésica como eu, será uma verdadeira aventura dos sentidos! Percebo que estou com o olhar mais aguçado para notar o que faz parte ou não da minha essência. Bem, antes de aprender sobre este assunto, eu usava algumas coisas mais por instinto e também entendi o porquê de algumas coisas que eu considerava belas não ficavam tão bem em mim. Por exemplo, uma vez adquiri um brinco perolado e em forma de gota. Mas ele ficou estranho e eu não me senti confortável ao usá-lo. É pelo fato de eu não ter nadinha da essência romântica e clássica.

Então eu resolvi mergular completamente no estilo etéreo-ingênuo. Encontrei esse par de brincos que se enquadra perfeitamente na categroria ‘fairytale ethereal’ e também acredito que tem um quê de ingênuo pelo fato dele ser bem delicado. Quando ele chegou em casa, fui imediatamente experimentar e aconteceu algo incrível: eu me senti tão bonita como nunca antes. Parecia que os anjos e os elfos fabricaram essa peça especialmente para mim porque ficou tão coeso com o meu rosto! Amo a minha essência!!

Eu sempre tive a autoestima abaixo de zero e a percepção de mim mesma é algo que sinto muita dificuldade, então tudo isso tem me ajudado a gostar do jeitinho que Deus me fez. Desde que me entendo por gente que me sinto como se eu fosse de outro mundo e parece que até externamente é assim.

Algumas pessoas já comentaram que me achavam parecida com a Branca de Neve, ou com uma fada, e até mesmo com uma elfa e ninfa. Agora tudo faz tanto sentido! A primeira vez que ouvi um comentário assim foi quando eu usei um penteado de tranças para ir para a escola e um colega disse que eu estava parecendo uma elfa e algumas meninas foram muito enfáticas ao concordarem com a sentença. E em relação a essência ingênua, também já ouvi comentários sobre eu aparentar ser bem mais nova que a minha idade e parecer uma princesa.

Essa blusa adquiri muito antes de aprender sobre as essências e ela se encaixa perfeitamente no estilo ingênuo e um pouquinho do etéreo por causa da cor e tecido leve. O colar eu fiz há um tempinho e também reflete ambos. Forma de coração, transparência, ametistas e delicadeza. Estou me divertindo muito em mesclar estes estilos! Bem, acho que é isso. Talvez eu faça mais publicações sobre minhas explorações no mundo etéreo-ingênuo. Ah, uma outra coisa… É que eu acredito que esses estilos coexistem com a simbologia dos signos que estão no meu ascendente e na minha vênus. Mas isso é uma outra história.

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