Autor: Bosque do Robin
Meu primeiro avental
Este foi o primeiro avental que fiz e resolvi escolher um modelo vitoriano, pois esta época possui coisas lindas quando se trata de indumentária (e outros assuntos também). Pensei que seria muito complicado fazer a modelagem, felizmente eu estava enganada. Acredito que quem é iniciante poderá fazer tranquilamente!
Desde o princípio sabia que gostaria de deixar algum bordado. Então escolhi bordar o Peter Rabbit. Iria combinar bastante com minhas colheres de pau.
Primeiro fiz as medições para encontrar o centro do tecido. Risquei com um lápis o que eu iria bordar. Após isso, utilizei um bastidor para maior conforto ao bordar. Selecionei algumas cores que já estavam na minha latinha há um bom tempo, e por sorte, caíram perfeitamente para representar o Pedro Coelho.
Eu demorei 3 horas e 18 minutos para finalizar o coelho da Beatrix Potter. Obviamente não o fiz por horas seguidas.
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A Fada do Livro
No finalzinho de dezembro de 2021 recebi uma encomenda de uma moça que trabalha restaurando livros. De imediato achei incrível o trabalho dela, pois amo livros antigos e andar por sebos a procura destes tesouros e foi uma alegria poder unir duas coisas que amo: livros e aquarela.
A restauradora me pediu uma fadinha cuidando de um livro em um ambiente cottagecore. Pensei bastante em como poderia ser, então imaginei uma mesa, uma fadinha trabalhando sobre ela e ao fundo uma prateleira com pilhas de livros aguardando a sua hora de serem restaurados.


Faz um bom tempo que fiz este trabalho e só agora estou publicando por aqui. Um dos meus objetivos é de usar mais o blog para divulgar o meu trabalho. Bem, se você quiser encomendar algo é só entrar em contato pelo e-mail mirianilustradora@gmail.com ou ir no meu Instagram.
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Conheça a Artista
Oi, eu sou a Mírian (é o meu segundo nome), nasci em 1993, sou católica, casada e ainda não tenho filhos. Faço ilustrações profissionalmente desde 2017/2018, época em que concluí a graduação em Biologia e pude me dedicar ao curso de ilustrador. Meu objetivo era aprender ilustração científica e me dediquei bastante a isso, mas de uns tempos para cá venho tentando me aprimorar em outros projetos para realizar alguns sonhos que carrego no bolso.
Busco inspiração principalmente na criação do Senhor: a minha tão querida natureza. Além disso, admiro o trabalho de ilustradores que me são muito caros: Beatrix Potter, Tasha Tudor, Cicely Mary Barker, Jill Barklem, Tolkien, Edith Holden, Hayao Miyazaki, entre outros. O mundo inteiro se torna uma inspiração para mim, eu a encontro diariamente nas coisas mais singelas e também em outras que aprecio, como a literatura.
Sou uma sonhadora, e qualquer sopro de vida ou luz, traz alegria ao meu coração e tento pôr isso em forma de desenho. Busco passar o máximo de beleza possível, portanto, estou sempre tentando aperfeiçoar e aprofundar o meu trabalho através dos estudos. Aprecio o que é verdadeiro, e é o que me motiva a criar ilustrações utilizando as regras da pintura e do desenho. A escrita também me é agradável, gosto principalmente de escrever sobre minhas explorações e os livros que leio. Frequentemente estou postando alguns deles no Bosque.
Vou concluir a aparesentação listando coisas aleatórias que gosto, que ainda não foram citadas, para nos conhecermos mais: fazer carinho em animais, cozinhar, ballet, lugares silenciosos, sebos, bibliotecas, sino da Igreja tocando, escrever cartas, contos de fadas, tirar muitas fotos, fazer listas, chuva, café com leite, Santa Teresinha, Santa Hildegarda, São Francisco de Sales, música dos anos 70 e 80 (principalmente rock), Vivaldi, Tchaikovsky, Bach, Taylor Swift, Enya, Cécile Corbel, New Order, escrever no diário, Fiódor Dostoiévski, dias simples.
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Lilás
Ratinho e Morangos
Existe uma brincadeira entre ilustradores de desenhar algo no seu estilo. A inspiração para esta aquarela veio do perfil Beccotti (@_beccotti_). Os elementos principais são um ratinho e morangos. Resolvi tentar fazer uma pequena representação imaginando que fazia parte de alguma história que ainda não foi escrita, mas quem sabe eu faça isso algum dia!
É a primeira vez que resolvi utilizar uma caneta nanquim para os contornos e não imaginei que fosse gostar tanto! Fiquei contente porque acredito que se continuar me esforçando mais, alcançarei um estilo próprio.
Sinto-me empolgada ao pensar em cores e formas que podem caracterizar o meu trabalho e continuarei me empenhando a cada dia.
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Para o outono
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.”
Eclesiastes, 3.
Sinto-me grata por poder viver mais uma estação onde as cores alegres saem um pouquinho de cena para dar espaço ao grande concerto de folhas que caiem suavente com o sopro dos ventos, tudo isto fazendo lembrar de um balé.
O outono recorda os momentos de introspecção, mas também é uma época de grandes mudanças. É quando ocorre muitas chuvas, estas que nos fazem voltar para o interior de nossas casas e desfrutar do aconchego que o lar nos oferece. É notório a renovação das folhagens do qual parece dizer que às vezes é preciso permitir que algumas coisas partam de nós para que novas possam surgir e então sarar algumas feridas.
Santa Hildegarda, com a ajuda direta de Deus, compreendeu que as mudanças de estações causam nas criaturas também certas mudanças. Ela descreveu no trabalho de nome Causae et Curae, que há uma interconectividade de todos os elementos. Especificamente, o microcosmo dos elementos existe simultaneamente no macrocosmo do universo, em geral, e dentro de cada um de nós, individualmente. Penso que o outono realmente faz ter em nosso interior um momento mais quieto no coração, nos convidando a reflexão e às mudanças que sejam necessárias.
Então estas mudanças, como está em Eclesiastes, nos diz que há o tempo de morrer, e é no outono que as árvores, sem apego nenhum, permitem que suas belas folhas percam as suas cores, sequem e caiam ao chão. Desta maneira, os galhos possuem espaço para que novas folhas cresçam e a árvore como um todo também cresça e se prepare para dar bons frutos. O chão tingido de laranja, vermelho, ou marrom não é desperdiçado, pois esta espessa camada de folhas secas servem como uma proteção vegetal natural às outras formas de vida da natureza. O velho possui o seu valor… Desta maneira, acredito que na nossa vida às vezes é necessário um momento para se esvaziar e eu prometo que irei refletir sobre o que preciso deixar ir embora. Como estamos na Quaresma, sinto-me ainda mais inclinada a tais pensamentos.
Gostaria de tentar deixar este momento recreativo também, pois a alegria não precisa ocorrer somente na primavera ou verão. É uma virtude querida para todas as épocas! Bem, estive pensando sobre os livros que associo ao outono e preparei uma lista com todos que recordei. Conhecendo o meu ritmo de leitura e a minha realidade, acredito que não será possível que eu leia todos os listados. Mas de qualquer modo, deixo-os aqui caso alguém tenha interesse em conhecer algo novo para ler. Com certeza farei o possível para reler Jane Eyre. Este romance marcou o meu coração e a Charlotte Brontë descreve a natureza e as paisagens de maneira sublime. e as mudanças que a protagonista vivencia tem tudo a ver com o outono.
Árvores silenciosas, nas pinhas que caíam, nas relíquias congeladas do outono, as folhas avermelhadas varridas pelo vento de dias passados e empilhadas em montinhos, e agora enrijecidas ali
(Jane Eyre, Charlotte Brontë)
Para ler…
- Livro de Jó
- Eclesiastes
- Jane Eyre
- The Tale of Squirrel Nutkin
- The Tale of Timmy Tiptoes
- The Tale of Ginger and Pickles
- Brambly Hedge Autumn Story
- Os Pequeninos Borrowers
- O Morro dos Ventos Uivantes
- Anne de Green Gables
- O Vento nos Salgueiros
- Em Busca de Watership Down
- Hamlet
- Mulherzinhas
Pensei também em atividades para se fazer como doar coisas em bom estado para alguém e tentar consertar outras que possam receber algum reparo e torna-se utilizável novamente. Vasculhar a casa ou seu espaço (o quarto) de onde vive e organizá-lo. Também tentar deixar o ambiente mais harmônico e belo, dando ênfase às cores aconhegantes desta época. E claro dedicar-se a contemplar o belo ao seu redor, como um pôr-do-sol, o céu estrelado, as nuvens, borboletas pelo jardim, o som do vento. Tudo isto é possível, mesmo que não se tenha acesso a uma bela arquitetura, por exemplo.
Para fazer…
- Colecionar folhas secas
- Colecionar frases que remetem ao outono
- Tingir papel com café
- Colher folhas para fazer decalque com giz de cera
- Decorar o ambiente com algo encontrado na natureza
- Desenhar elementos do outono (pinhas, bolotas, esquilos)
- Caminhar na floresta ou em lugares arborizados
- Visitar sebos, bibliotecas ou livrarias
- Ouvir Antonio Vivaldi e Bach
- Assar marshmallow na fogueira
Para assistir…
- Akage no Anne
- Brambly Hedge Autumn Story
- Gilmore Girls
- Matilda
- O Senhor dos Anéis
- Edward Mãos de Tesoura
- Gasparzinho
- Peter Rabbit e seus Amigos
- Bambi
- A Menina no País das Maravilhas
- Little Forest: Summer/Autumn
Acabei fazendo esse desenho rápido, todo de lápis de cor. Mas pretendo adicionar mais elementos para a paisagem, então vou passar o outono me cobrando para desenhar mais nele. Pretendo vir aqui mostrar o resultado.
Espero poder vir mais vezes aqui relatar as minhas pequenas aventuras outonais, pois estou bastante ansiosa pelos dias vindouros! Penso em poder comentar ao menos as leituras que eu conseguir fazer e fotografar bastante a natureza. Talvez eu faça uma pequena personificação do outono como ocorreu com a primavera. Enfim, deixarei a mente livre para que a criatividade brote naturalmente. Pôr em prática as minhas idéias é algo que alegra o meu coração. Fico por aqui e nos vemos em breve, se Deus quiser!
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Vida e arte de Beatrix Potter
Beatrix Potter nasceu em Londres, em 1866, na metade do reinado da Rainha Vitória. A prosperidade foi uma grande característica desta época, inclusive no mundo da arte, pois havia a escola de pintores pré-rafaelitas, caracterizada por sua extrema atenção aos detalhes. Os pré-rafaelitas encorajavam outros artistas a produzirem pinturas que celebravam a beleza da natureza e eles atraíram fortemente famílias prósperas como os Potters.
A menina Potter foi uma criança solitária e reclusa e este fato contribuiu para ela desenvolver apreço pelo desenho e pintura, logo estas ocupações se tornaram o seu principal interesse. O pai da Beatrix também foi um pintor, talvez esse dom tenha herdado dele e o Senhor Potter foi o primeiro a incentivar sua filha a ser uma artista das tintas. Sua mãe também praticava pintura em aquarela, da maneira amadora que tantas mulheres vitorianas faziam. Mas Beatrix era uma profissional de todo coração e passava horas se dedicando a estas atividades.
Em 1881, ela recebeu um Certificado de Estudante de Arte do Departamento de Ciência e Arte do Comitê do Conselho de Educação. Ela desenhava não apenas seus animais de estimação, mas também plantas, objetos e fungos: estes últimos se tornaram um interesse muito forte com o passar dos anos. Beatrix recebeu educação domiciliar, era a sua governanta que lhe ensinava e anos depois ela escreveu: “Graças a Deus, minha educação foi negligenciada“.
Um dia, Beatrix decidiu ilustrar sua própria história que publicou em privado em uma edição de 250 exemplares, o famoso “The Tale of Peter Rabbit“. No ano seguinte, 1902, o livrinho foi publicado pela Frederick Warne & Co., com as ilustrações da autora impressas em cores. O formato se tornaria mundialmente famoso e é substancialmente o mesmo hoje. Peter Rabbit foi seguido nos onze anos seguintes por outras dezoito histórias, incluindo dois contos breves e simples para crianças pequenas em formato panorâmico e extraível. Seu sucesso foi imediato.
Sobre suas inspirações e técnicas com a aquarela
Beatrix aprendeu a fazer pintura a óleo e aquarela, este último tornou-se o seu predileto. Suas primeiras pinturas maduras usaram uma técnica de pincel a seco de precisão miniaturista. Quando jovem, ela admirava o uso de cores por Raphael, que ela descreveu como “maravilhoso, claro, transparente e brilhante, mas suave e gentil“. Era uma qualidade que ela aspirava em seu próprio trabalho, em pinturas de roedores e salamandras, bem como em estudos detalhados de carrapatos e cogumelos.
Ela percebeu que corria o risco de ter um trabalho excessivamente marrom (daí o lenço vermelho de Benjamin Bunny, por exemplo). Um dos elementos mais essenciais para o estilo realista único de Beatrix é seu poder de observação. Ela passou anos estudando a natureza, os insetos, os fósseis e os fungos que certamente treinaram seu olhar aguçado. Usando um lápis leve de grafite e fazendo uma marca suave sobre o papel, obteve um esboço com formas naturais e delicadas.
“Tudo era romântico na minha imaginação“, Potter escreveu uma vez. Nas muitas centenas de pinturas em aquarela que ela completou antes que sua visão começasse a piorar na meia-idade, ela equilibrou o romance com uma sinceridade não afetada, nascida de seu grande entusiasmo ao longo da vida pelo mundo natural.
Beatrix também se inspirou bastante pela paisagem do local onde vivia. Ela passou a viver em uma vila que se aninha entre colinas baixas arborizadas com afloramentos rochosos, com altas paredes de pedra e campos tranquilos. Um ambiente bastante caseiro que logo serviu de paisagem para suas ilustrações e até hoje alguns desses lugares se assemelham bastante aos seus livros.
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Coisas que me fazem feliz
Os temas para escrever continua! Bem, já havia escrito este há um bom tempo, mas eu fiquei revisando várias vezes e depois apareceram coisas mais urgentes para serem feitas e ele acabou um pouco esquecido na gaveta. Porém estou novamente dando continuidade ao desafio. Segue o texto:
É preciso muita coragem para ver o mundo em toda a sua glória maculada e ainda amá-lo – O Marido Ideal, Oscar Wild.
O mundo é um verdadeiro mistério para mim, pois ao mesmo tempo que consegue despertar em meu coração profundas dores, também consegue arrancar de mim profundas alegrias.
Encontro a felicidade neste mundo através da ordem, da beleza e da bondade. A criação do Senhor possui todas estas características e acredito que seja este o motivo de me sentir tão feliz junto a natureza. Amo apreciar as cores únicas que se formam em cada alvorecer ou entardecer. Amo as formas de cada coisinha, das frutas, flores e plantas em geral. Amo tudo que encontro em minhas expedições pelas florestas tropicais e campos ou pelos recônditos da cidade. Tudo isto traz paz ao meu coração. É um breve momento, eu sei, mas para mim parece que a vida se torna mais suportável.

Além do verde, algo que sei que traz alegria é a busca pelas virtudes. Este assunto lembra-me o livro Eclesiástico, pois uma passagem que diz o seguinte: “O temor do Senhor alegra o coração. Ele nos dá alegria, regozijo e longa vida.” Acredito que toda pessoa já sentiu uma certa paz ao praticar algo que sabe ser agradável a Deus, algo que é belo. Não sou exemplo para ninguém, mas isto não me impede de falar sobre o que é belo e bom. São Francisco de Sales dizia que mesmo que nós não sejamos virtuosos não é um empecilho para não falarmos a respeito. O próprio se dizia alguém não caridoso, mas sempre conversava sobre a caridade ao se dirirgir às almas que lhe foram confiadas.
É alegre desfrutar do seu próprio trabalho, é uma alegria dada por Deus! Sabe quando fazemos uma faxina daquelas na casa, e mesmo ao final sentindo um cansaço, ficamos satisfeitos? Temos um sentimento de dever comprido e tudo parece reluzir mais brilhante? Então, também é algo que deixa o meu coração feliz! É aqui também que a ordem se faz presente.
A busca pela sabedoria, a Verdade enche meu coração de alegria. É inefável o sentimento ao aprender algo, ao estar de frente com a absoluta verdade, ou de compreender um pouco mais sobre algo que sempre pensava. Sinto-me alegre entre meus papéis tingidos de café que uso para escrever coisas especiais e as tantas palavras de pessoas de outras épocas longínquas ou recentes que me falam da verdade e da beleza. Acho que jamais conseguirei explicar com precisam o que se passa dentro de mim ao vivenciar esta alegria.
A arte não pode deixar de ser mencionada como algo que traz alegria. Na verdade, ela me é uma necessidade quase como respirar. Gosto de ouvir música (apesar do meu gosto não ser um dos mais refinados), gosto de literatura clássica, pinturas, ballet clássico, costurar, desenhar, pintar com aquarela (às vezes com lápis de cor) etc. Mencionei costura, por exemplo, apesar de não ser considerado arte propriamente dita. Mas quem se importa? Levo no coração a definição dos gregos sobre arte: tudo aquilo que é transformado a partir de uma matéria prima.
(…) como a alegria e a felicidade tornam bela uma pessoa! Como ferve de amor o coração! Parece que queremos derramar o coração inteiro num outro coração; queremos que tudo esteja contente, que tudo sorria. E como é contagiosa a alegria! – Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski.
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O adubo serve para frutificar
“As pequenas misérias” também têm seu valor.” – Cartas a Théo, Vincent van Gogh.
Existe no livro A Arte de Aproveitar as Próprias Faltas uma metáfora sobre o adubo, uma matéria proveniente das “pequenas misérias” de seres vivos pequeninos, ser de grande utilidade aos jardineiros e agricultores. É este adubo que fortalece e frutifica os jardins e, de maneira semelhante, ocorre o mesmo com as faltas que são cometidas durante toda a vida, sejam pecados graves, ou veniais, ou pequenas imperfeições.
De maneira alguma é insinuado que o pecado seja bom por si mesmo. Evidentemente que não o é. Porém o leitor é ensinado a se utilizar de algo tão abjeto, que são as faltas cometidas, sejam elas deliberadas ou não, para o seu progresso na vida espiritual. Este crescimento se dá de tais modos: se humilhando diante de Deus e clamando por Vossa misericórdia; não se perturbando ou admirando por ter caído; meditando sobre o Amor de Deus e a Sua benevolência; inclinando o coração a uma grande esperança.
Um dos problemas que podem surgir quando nos desesperamos é de nos avaliarmos em cada pequenez de nossos atos e pensamentos, digo por experiência própria. Ter entrado em contato com os escritos e direções que São Francisco de Sales fez às pessoas, trouxe grande alívio ao meu coração e acabei lembrando-me de várias coisas como algo que está no livro Eclesiástico. É dito o seguinte: “Não procures o que é elevado demais para ti; não procures penetrar o que está acima de ti. Mas pensa sempre no que Deus te ordenou. Não tenhas a curiosidade de conhecer um número elevado demais de suas obras, pois não é preciso que vejas com teus olhos os seus segredos. – Eclesiástico, 3.
Bem, reflito que até mesmo a averiguação se permitimos ou não um pensamento intruso, por exemplo, são acontecimentos que não devemos procurar penetrar, pois é algo que está acima de nossas capacidades. Devemos sempre lembrar da infinita misericórdia de Nosso Senhor Jesus e caminharmos com confiança.
O livro foi de grande ajuda, mas considerei muito repetitivo em alguns momentos, o que me deixou um pouco desmotivada durante a leitura. Por outro lado, gostei muito de ter conhecido algumas histórias reais que não fazia idéia. Uma delas foi o que o Jesus disse a Irmã Benigna Consolata Ferrero. São palavras completamente consoladoras e as deixarei aqui para relembrá-las nos momentos que elas se tornarão um bálsamo.
“Não me deixo afastar pelas misérias, contanto que eu encontre boa vontade. Meu amor se alimenta consumindo misérias; a alma que me traz mais misérias, com tal que seu coração esteja contrito e humilhado, é a que mais me agrada, porque me fornece ocasião de cumprir mais plenamente o meu ofício de Salvador.”
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