Beseleel, o artista

“Todos os homem são em algum grau impressionados pela face do mundo; alguns homens até o deleite. Este amor pela beleza é o Gosto. Outros têm esse amor em tal excesso que, não satisfeitos em admirar, procuram incorporá-lo em novas formas. A criação de beleza é a Arte.” – Natureza, Ralph Waldo Emerson.

Bordado que fiz há alguns anos.

Então eu concluí a leitura do Livro do Êxodo, e entre tantas aventuras e coisas fantásticas acontecendo, algo tocou profundamente o meu coração: Deus chamando Beseleel para os serviços artísticos da arca!

Bem, o Livro do Êxodo é bastante conhecido pelas Pragas do Egito e pela abertura do Mar para os israelitas fugirem dos soldados egípcios… Claro que são acontecimentos fantásticos que Deus realizou para que todos vejam que Ele é o Senhor. Mas há outros fatos tão milagrosos quanto estes e eu posso provar!

Imagina só, um povo que só trabalhava como escravo e provavelmente não tinham conhecimento a respeito de trabalhos mais delicados, como talhar madeira, esculpir, fundir metais, costura, bordado, pintura… E de repente, algumas pessoas conseguem construir a Arca da Aliança! Bem, talvez eles tivessem esta ciência na época de José do Egito, mas é fato que eles foram escravizados por longos anos e mesmo que quisessem, não podiam fazer nada além do que eram obrigados.

Além das Leis, Moisés aprendeu no Monte com o Senhor a como construir a Arca e as vestes sacerdotais. A descrição é ricamente detalhada e muitas vezes repetida ao longo do livro. Deus enfatiza que tudo isso deve ser feito artisticamente, ou seja, tudo foi feito utilizando técnicas adequadas para cada tipo de arte.

Deus também enfatiza sobre guardar o sábado nessa passagem e eu não havia percebido isso até ter lido algo nas pesquisas que fiz. Li um texto que menciona o provável motivo de Deus ter feito assim. Bem, o texto dizia que deve ser porque o trabalho criativo nos dá grande motivação para exercê-lo continuamente ao ponto de se esquecer de outras coisas que devemos fazer ao longo do dia.

Uma vez li uma biografia do Leonardo da Vinci e, em alguns momentos, ele se comportava dessa maneira. Ele ficava completamente concentrado no seu ofício criativo que se esquecia até de se alimentar. É engraçado pensar nisso porque eu também sinto a mesma coisa. Quando estou desenhando, pintando, bordando e me deliciando com cada fase do trabalho, eu realmente esqueço que eu tenho um estômago para abastecer.

“Leonardo “chegava de manhã bem cedo, montava o andaime” e depois “permanecia com o pincel em punho do nascer até o pôr-do-sol. esquecendo-se de comer ou beber e pintando continuamente”.

Os artistas deviam guardar o sábado para que nunca se esquecessem que o dom que eles tinham era uma graça do Espírito de Deus, não era algo que vinha deles próprios, e assim eles evitariam de se tornarem soberbos. Até o próprio Criador descansou, não é mesmo.

Beseleel foi chamado por Deus para as obras artísticas e foi a primeira pessoa descrita que foi cheia do Espírito Santo. É tão incrível que tenha sido um artista caracterizado deste modo, cheio do Divino Espírito de Deus! Incrível que antes eu nunca havia associado o trabalho artístico ao Espírito Santo, que boba, pois faz todo o sentido… Ele é o espírito criador que renova a face da terra. ♡

Obrigada pela visita. ♡

Cicely Mary Barker

Olá! Esta publicação é um pouquinho sobre a vida da ilustradora Cicely, sua arte e o quanto ela me inspira quando decido desenhar. Há um tempo escrevi um pouco sobre a Beatrix Potter, se quiser ler é só clicar aqui.

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Cicely Mary Barker foi uma ilustradora inglesa que viveu entre os anos de 1895 e 1973, ela é bastante conhecida por uma série de ilustrações de fantasia representando fadas e flores. Seu interesse por pintura e desenho começou desde a infância. Nesta fase da vida, a Cicley possuía a saúde muito frágil e tinha crises epilépticas. Devido a tal circunstância, a sua família lhe deu educação domiciliar e a pequena passava o seu tempo livre desfrutando de livros ilustrados. Seu pai foi também um artista e lhe influenciou a se dedicar a pintura, deste modo, a pequena Barker ingressou, aos 13 anos, na Croydon School of Art para tomar aulas.



Com o falecimento de seu pai, Cicely utilizou o seu talento para ajudar a família, juntamente com a sua irmã mais velha, a Dorothy, que criou um jardim de infância em casa com o mesmo objetivo. As famosas fadinhas das flores são baseadas nestas crianças que frequentavam o jardim, adicionando fantasias nelas. Cicely escreveu no prefácio de Flower Fairies of the Wayside: “Então deixe-me dizer muito claramente, que eu desenhei todas as plantas e flores com muito cuidado, do real; e tudo o que eu disse sobre eles é tão verdadeiro quanto eu poderia fazer. Mas nunca vi uma fada; as fadas e tudo sobre elas são apenas “fingir”.”



Cicely foi uma cristã (anglicana) muito devota e fez outros trabalhos para expressar a sua fé. Entre eles está um livro em que trabalhou juntamente com sua irmã, chamado de A Little Book of Bible Stories, este foi escrito pela Dorothy. Um outro chamado The Children’s Book of Hymns, o qual possui as suas orações e cantos prediletos. Mas não foi somente isto, ela também pintou uma série de grandes obras para igrejas em todo o Reino Unido. Ela também fez painéis para a Igreja que frequentava em Croydon, a St. Andrew. Estas obras são pinturas a óleo representando os sete sacramentos e rolos batismais para a parede atrás da pia batismal. Uma de suas pinturas do Menino Jesus, The Darling of the World Has Come, foi comprada pela Rainha Mary.

fonte das imagens

Admiro bastante o trabalho da Cicely e eu sempre penso nela quando pretendo desenhar pessoas, porque seus desenhos possuem beleza e proporção. São coisas que pretendo alcançar no meu próprio trabalho, provavelmente levará algum tempo, mas graças a Deus acredito que poderei fazer isso por muitos e muitos anos. Há um tempo, resolvi começar a pôr em prática esse desejo observando como é o seu traço e quando se desenha, a única maneira de aprender é praticando! Só tentei não fazer tão indêntico, eis o motivo de ter mudado as roupas e retirado as asas.

Além das ilustrações, que é impossível alguém não se encantar, amo ler os poemas que acompanham cada espécie botânica. Sim, não são somente flores… Há árvores e frutas também! São categorizadas pelas estações do ano e também por jardim, árvores, alfabeto e “wayside”. Não sei como este último ficaria em português, mas acredito que ela se refere àquelas plantinhas silvestres que encontramos a beira da estrada, por exemplo.

flores silvestres que colhi para esta publicação ♡
para ver a ilustração completa clique aqui

Durante minhas caminhadas, tenho o costume de pegar flores silvestres que encontro, e também àquelas que são ornamentais e embelezam as ruas. Lembrei das ilustrações sobre estas plantas que encontramos facilmente, que insistem em crescerem naquelas brechinhas entre os paralelepípedos ou até mesmo que racham o asfalto. Levei um potinho com água para colocá-las e poderem durar por mais tempo. Agora elas estão deixando a minha mesa mais alegre!

Obrigada pela visita. ♡

Vida e arte de Beatrix Potter

Beatrix Potter nasceu em Londres, em 1866, na metade do reinado da Rainha Vitória. A prosperidade foi uma grande característica desta época, inclusive no mundo da arte, pois havia a escola de pintores pré-rafaelitas, caracterizada por sua extrema atenção aos detalhes. Os pré-rafaelitas encorajavam outros artistas a produzirem pinturas que celebravam a beleza da natureza e eles atraíram fortemente famílias prósperas como os Potters.

A menina Potter foi uma criança solitária e reclusa e este fato contribuiu para ela desenvolver apreço pelo desenho e pintura, logo estas ocupações se tornaram o seu principal interesse. O pai da Beatrix também foi um pintor, talvez esse dom tenha herdado dele e o Senhor Potter foi o primeiro a incentivar sua filha a ser uma artista das tintas. Sua mãe também praticava pintura em aquarela, da maneira amadora que tantas mulheres vitorianas faziam. Mas Beatrix era uma profissional de todo coração e passava horas se dedicando a estas atividades.

Em 1881, ela recebeu um Certificado de Estudante de Arte do Departamento de Ciência e Arte do Comitê do Conselho de Educação. Ela desenhava não apenas seus animais de estimação, mas também plantas, objetos e fungos: estes últimos se tornaram um interesse muito forte com o passar dos anos. Beatrix recebeu educação domiciliar, era a sua governanta que lhe ensinava e anos depois ela escreveu: “Graças a Deus, minha educação foi negligenciada“.

Um dia, Beatrix decidiu ilustrar sua própria história que publicou em privado em uma edição de 250 exemplares, o famoso “The Tale of Peter Rabbit“. No ano seguinte, 1902, o livrinho foi publicado pela Frederick Warne & Co., com as ilustrações da autora impressas em cores. O formato se tornaria mundialmente famoso e é substancialmente o mesmo hoje. Peter Rabbit foi seguido nos onze anos seguintes por outras dezoito histórias, incluindo dois contos breves e simples para crianças pequenas em formato panorâmico e extraível. Seu sucesso foi imediato.

Sobre suas inspirações e técnicas com a aquarela

Beatrix aprendeu a fazer pintura a óleo e aquarela, este último tornou-se o seu predileto. Suas primeiras pinturas maduras usaram uma técnica de pincel a seco de precisão miniaturista. Quando jovem, ela admirava o uso de cores por Raphael, que ela descreveu como “maravilhoso, claro, transparente e brilhante, mas suave e gentil“.  Era uma qualidade que ela aspirava em seu próprio trabalho, em pinturas de roedores e salamandras, bem como em estudos detalhados de carrapatos e cogumelos.

Ela percebeu que corria o risco de ter um trabalho excessivamente marrom (daí o lenço vermelho de Benjamin Bunny, por exemplo). Um dos elementos mais essenciais para o estilo realista único de Beatrix é seu poder de observação. Ela passou anos estudando a natureza, os insetos, os fósseis e os fungos que certamente treinaram seu olhar aguçado. Usando um lápis leve de grafite e fazendo uma marca suave sobre o papel, obteve um esboço com formas naturais e delicadas.

Tudo era romântico na minha imaginação“, Potter escreveu uma vez. Nas muitas centenas de pinturas em aquarela que ela completou antes que sua visão começasse a piorar na meia-idade, ela equilibrou o romance com uma sinceridade não afetada, nascida de seu grande entusiasmo ao longo da vida pelo mundo natural.

Beatrix também se inspirou bastante pela paisagem do local onde vivia. Ela passou a viver em uma vila que se aninha entre colinas baixas arborizadas com afloramentos rochosos, com altas paredes de pedra e campos tranquilos. Um ambiente bastante caseiro que logo serviu de paisagem para suas ilustrações e até hoje alguns desses lugares se assemelham bastante aos seus livros.

Obrigada pela visita. ♡