O ato de estudar e um desabafo

“Weeds are flowers too, once you get to know them”. – Winnie the Pooh, A. A. Milne.

Minha fortaleza da solidão quando quero fugir do mundo e seu barulho.

Não lembro muito bem como comecei a gostar de estudar, acredito que já nasci desse jeito porque uma das minhas lembranças mais antigas na escola era o entusiasmo que eu sentia ao pegar o livro e folheá-lo para saber o que iríamos aprender naquele ano. Alguns assuntos em específico faziam o meu coração radiar de tanta alegria. Tal sentimento continua ardendo em meu coração, e é uma das coisas que mais me dão felicidade e paz na vida!

Então por esse motivo, não consigo dizer quando tudo começou, pois tudo já estava lá… Penso que com o decorrer da vida fui aprimorando os meus gostos, e apesar de uns adormecerem, eles eram despertados logo após uma brisa suave trazer o perfume do interesse.

Bem, na juventude dessa experiência, tive uma mentalidade pueril de achar que só porque se tratava de um livro, tudo ali era verdade. Infelizmente, muitas coisas podem ser falsas e existem escritores desonestos. Foi o que mais notei quando vi que muitas coisas ditas sobre a Igreja Católica e a Idade Média não condizem com os fatos. Cito esse exemplo porque é o que eu tenho mais familiaridade. Mas apesar disso tudo, não penso que tenha sido ruim essa fase, pois eu aprendi muito e tirei tanto proveito! Na verdade, eu sou muito grata por ter passado pela ilusão, creio que me deixou mais forte.

Apesar dos tropeços ou das ilusões, tem algo que eu fazia que acredito ser muito necessário: não temer estudar alguém ou algo que não faz parte de um determinado “cânone”. Agora vem o meu desabafo… Muitas vezes eu compartilhava algo que estava lendo, seja algo teórico ou uma literatura clássica, e às vezes alguém me criticava por estar lendo “coisas perigosas”. Perigo?? Eu dou risada na cara do perigo! (Eu assisti O Rei Leão um dia desses haha). Brincadeiras à parte, jamais passou pela minha cabeça que só porque eu estava lendo um livro sobre baleias, eu automaticamente me transformaria em uma baleia!

Sinto verdadeiro amor pelo conhecimento, pela sabedoria milenar, amo aprender e comparar coisas. E esse amor me faz ter o comportamento semelhante das abelhas, pois elas conseguem fabricar mel extraindo matéria prima dos lugares e coisas mais inacreditáveis! Sabia que a abelha jataí consegue produzir mel até do excremento de outros animais?

Tenho um espírito explorador. Tanto na natureza, quanto nos grandes saberes da humanidade. Explorar na natureza não me deu apenas o deleite de estar nela, mas também o de encontrar encantos em lugares que não pareciam tão atrativos. Ouso dizer que o melhores achados que tive, foram quando olhei para o que é desprezado. Acho que quem realmente ama estudar, não deve desprezar nada e nem ninguém. O desprezo pertence aos orgulhosos, e a sabedoria aos humildes. A humildade é o princípio de tudo! Se Dante Alighieri desprezasse os “pagãos”, provavelmente não teríamos A Divina Comédia.

Voltando ao desabafo… Bem, admito que eu não gosto quando alguém que não me conhece e não tem nenhuma responsabilidade para comigo, me diz o que eu devo ou não fazer, nesse contexto, o que eu posso ler ou não. Eu tenho que respirar muito fundo para não perder a paciência, outras vezes eu fico completamente sem reação diante da loucura. Enfim, vou deixar uma frase de Hugo de São Vitor porque eu tenho certeza que ele me entenderia.

“Um estudante prudente ouve com felicidade todas as teorias. E as estuda, não desprezando qualquer escrito, pessoa ou doutrina que lhes chegue aos olhos. Sem qualquer distinção, notando algum conhecimento que lhes falte, pedem para que lhes sejam dados, porque não levam em consideração o quanto conhecem, mas sim o quando ignoram! Portanto, os verdadeiros estudantes repetem o dito platônico: “Mais me inclino em aprender com modéstia o conhecimento de outras pessoas do que inserir impudicamente isto é, de coagi-las a aprenderem os meus conhecimentos”. – A Arte de Ler.

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Mapa do estilo pessoal

Recentemente descobri o conteúdo da Gabrielle Arruda e estou encantada! Pretendo separar algum tempo para estudar a parte do kibbe, pois eu ainda não sei o meu… Confesso que estou um tanto preguiçosa para ler a respeito, acho que de todos os temas sobre imagem pessoal, esse é o que eu menos me interesso (apesar de saber que é muito importante para não se arrepender de comprar uma roupa depois que se olhar no espelho e se achar esquisita). Porém, eu tenho uma ideia dos cortes que dão certo em mim e vou ficar no instinto, por enquanto.

Agora vou explicar as minhas escolhas

Nesse post eu falei sobre a subcategoria “fairytale” para a essência etérea. Então, eu entrei na minha conta do Pinterest e busquei na barra de busca as cores que mais gosto de vestir e escolhi a opção de buscar entre as imagens que salvei no meu perfil, quando elas apareceram, escolhi aquelas que mais tinham a ver comigo como um todo, principalmente se faziam parte da paleta do inverno brilhante e depois se elas tinham o estilo “contos de fadas”.

Eu amo o fato do inverno brilhante ter a característica brilho! Estava pensando em coisas da natureza que tem iridescência: beija-flor, andorinha, conchas, aurora boreal, peixe, besouros, borboletas, pele de cobra, arco-íris em nuvens, opala, pérola… Outras coisas também: tecido veludo, glitter e luz desfocada.

O vermelho e o verde

Escolhi um pintura do Sagrado Coração de Jesus e que caiu direitinho para o tom de vermelho vibrante. Chapéuzinho vermelho, pássaro cardeal, o laço e lábios da Branca de Neve e um pouquinho de laranja vibrante do pássaro robin (apesar da cor não existir no inverno brilhante). O cardigan vermelho se parece bastante com um que tenho e fica bem em mim, o tecido suave do vestido e a meia-calça que dá um ar mais “dark” ao estilo. São Patrício representando todos os santos celtas, irlandeses e galeses que amo, uma criança com uma blusa verde para representar a aparência inocente da ingênua (nem sei se é uma criança, mas na foto tá parecendo), uma saia de cor verde bandeira e as luzes desfocadas, livros na floresta e um outro sobre contos celtas! E o meu amor pelo céu e as cores intensas de uma aurora boreal.

O azul e o roxo

Os tons de azuis e roxos são, ao meu ver, os que mais combinam comigo. Eu me sinto tão à vontade usando-os, acho que combinam mais com a parte etérea do meu estilo. Eu amo livros ilustrados e escolhi o título de uma das histórias da Jill Barklem, uma das minhas ilustradoras favoritas. Uma pintura de uma personagem tocando flauta e tudo em tons frios. Corujinha representando meu amor pela sabedoria e os estudos. Mãos colhendo mirtilos para evocar o meu lado fazedora de tortas. Mais tecido veludo em tom de azul royal. Nos roxos, escolhi a minha pedra favorita, a ametista. Uma coroa de flores, cabelo colorido (saudade do meu cabelo roxo), cogumelos diferentes e uma noite estrelada. Uma ilustração de unicórnios numa floresta com nevoeiro (quer algo mais contos de fadas que isso?) Sou do tipo que vive na terra, mas a cabeça e o olhar estão nos céus…

Acho que é isso. Tive a ideia de fazer um board com coisinhas que já tenho, espero trazer em breve. Estou bem entusiasmada!

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Minha essência etérea-ingênua

Ter descoberto a teoria das 7 essências de John Kitchener foi algo que ocupou um espaço enorme na minha cabeça. Simplesmente me apaixonei pelo assunto e adorei que a minha essência predominante seja a etérea e a segunda a ingênua.

Tudo começou quando vi alguns vídeos da Patty Domingues falando sobre as essências e uma série de testes para descobrir qual é a sua (ou quais), pois a teoria diz que uma pessoa pode ter até três. Eu não considero muito a minha terceira essência porque a pontuação que fiz foi tão baixa que não dá para usá-la nem nos acessórios.

Cada vez mais me aprofundando no assunto e me observando, cheguei a conclusão quais são as minhas e confesso que fiquei muito feliz e me identifiquei muito com elas. Acabei conhecendo o trabalho da Olga Brylinska, ele é voltado para a essência etérea e há várias subcategorias. A que eu mais me identifiquei foi a Fairytale Ethereal. Um pouquinho da sua descrição:

“Fairytale Ethereal lives in the forest. He follows Little Red Riding Hood, listens to birds singing, talks to animals. He feeds on strawberries and blueberries. He collects mushrooms and herbs. From time to time, he will encounter the house of Baba Yaga or another witch. He’s playing tag with the gnomes. And when he gets bored of classic fairy tales, he watches cartoons, reads comics. He even likes the ones about space. And he loves to read. Sometimes he is even a bookworm. The library is his quiet haven.”

A Olga é uma consultora de imagem tão talentosa! Vale a pena ler tudo do seu site, principalmente se você for sinestésica como eu, será uma verdadeira aventura dos sentidos! Percebo que estou com o olhar mais aguçado para notar o que faz parte ou não da minha essência. Bem, antes de aprender sobre este assunto, eu usava algumas coisas mais por instinto e também entendi o porquê de algumas coisas que eu considerava belas não ficavam tão bem em mim. Por exemplo, uma vez adquiri um brinco perolado e em forma de gota. Mas ele ficou estranho e eu não me senti confortável ao usá-lo. É pelo fato de eu não ter nadinha da essência romântica e clássica.

Então eu resolvi mergular completamente no estilo etéreo-ingênuo. Encontrei esse par de brincos que se enquadra perfeitamente na categroria ‘fairytale ethereal’ e também acredito que tem um quê de ingênuo pelo fato dele ser bem delicado. Quando ele chegou em casa, fui imediatamente experimentar e aconteceu algo incrível: eu me senti tão bonita como nunca antes. Parecia que os anjos e os elfos fabricaram essa peça especialmente para mim porque ficou tão coeso com o meu rosto! Amo a minha essência!!

Eu sempre tive a autoestima abaixo de zero e a percepção de mim mesma é algo que sinto muita dificuldade, então tudo isso tem me ajudado a gostar do jeitinho que Deus me fez. Desde que me entendo por gente que me sinto como se eu fosse de outro mundo e parece que até externamente é assim.

Algumas pessoas já comentaram que me achavam parecida com a Branca de Neve, ou com uma fada, e até mesmo com uma elfa e ninfa. Agora tudo faz tanto sentido! A primeira vez que ouvi um comentário assim foi quando eu usei um penteado de tranças para ir para a escola e um colega disse que eu estava parecendo uma elfa e algumas meninas foram muito enfáticas ao concordarem com a sentença. E em relação a essência ingênua, também já ouvi comentários sobre eu aparentar ser bem mais nova que a minha idade e parecer uma princesa.

Essa blusa adquiri muito antes de aprender sobre as essências e ela se encaixa perfeitamente no estilo ingênuo e um pouquinho do etéreo por causa da cor e tecido leve. O colar eu fiz há um tempinho e também reflete ambos. Forma de coração, transparência, ametistas e delicadeza. Estou me divertindo muito em mesclar estes estilos! Bem, acho que é isso. Talvez eu faça mais publicações sobre minhas explorações no mundo etéreo-ingênuo. Ah, uma outra coisa… É que eu acredito que esses estilos coexistem com a simbologia dos signos que estão no meu ascendente e na minha vênus. Mas isso é uma outra história.

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BEDA: Recomendações da Semana

Olá! Esta publicação faz parte do BEDA 2024.

Eu vejo a internet como o elemento ar. É este “ser” etéreo que não sei como explicar muito bem, apesar de me ser tão familiar. É como a alma que guarda tantas memórias, mas quando preciso de algo bem específico, posso lembrar como se faz um nó no cadarço do sapato, por exemplo. Então este mundo é assim.

É como pegar um livro sem nenhuma pretensão, folheá-lo e encontrar coisas mágicas: uma flor, frases que não lembrava de ter grifado, um pedacinho de papel com algo escrito à mão… Bem, eu espero que esta publicação remeta um pouquinho a coisas paupáveis, mesmo que elas estejam navegando pelo ar da internet.

Então para a publicação desta semana, escolhi falar sobre recomendações! São coisas que gosto muito, que me fazem aprender sobre assuntos que gosto de estudar ou são coisinhas bem leves e acolhedoras.

I. The Lord of Spirits

A primeira coisa que eu gostaria de recomendar é o podcast The Lord of Spirits. Este nome é inspirado no Senhor dos Anéis e são dois padres ortodoxos que apresentam. Mesmo que você não entenda muito bem o inglês, há vários episódios transcritos e você pode pedir para o Google traduzir, é isso o que eu faço porque eu não sou muito boa para captar este idioma na fala.

Eles também estão em um grupo no Facebook onde você pode fazer alguma pergunta que esteja relacionada a algo que foi abordado no podcast. Uma vez eu fui lá perguntar se o Odisseu podia ser considerado um descendente de Abraão por ele ter lutado contra os gigantes (risos). Mas isso você irá entender somente se ouvir A Land of Giants, caso tenha interesse em gigantes (eles são mencionados no Livro do Gênesis).

II. A medievalista Grace Hamman

Eu a conheci através do Twitter (X), pois apareceu na minha aba “Para você” uma foto do livro da Grace que se chama Jesus Through Medieval Eyes. Apenas pelo título já me despertou um enorme interesse! Ele está na minha meta de livros que quero adquirir algum dia, portanto, eu ainda não posso dizer na sobre ele já que ainda não o li. Mas recomendo o Substack dessa escritora porque há muitas coisas interessantes, pelo menos para quem ama estudar sobre o medievo. Ela compartilha literatura e teologia da época, também há outras coisas que fogem um pouco dessa temática, mas sempre tendo a ver com o período histórico citado.

III. Site sobre a Idade Média

No começo desta semana eu estava pesquisando sobre o mês de Abril durante o medievo porque queria buscar inspiração para fazer o desenho deste mês e acabei descobrindo o site Mostly Medieval. Nele há o Livro dos Dias, um calendário com datas significativas e dia dos santos, um pequeno bestiário, medicina, guerras, canções… Enfim, é um lugar muito cultural que vale a pena passar um tempo nele!

IV. De Libros, Padres e Hijos

Eu simplesmente amo de todo o meu coração este blog e rezo para que a pessoa que publica nele nunca o exclua!! De libros, padres e hijos é um blog literário voltado para pais que desejam dar uma boa educação moral aos seus filhos buscando inspiração na beleza da literatura. Apesar de eu não ser mãe, adoro ler porque eu sou apaixonada por contos de fadas e literatura infantil/juvenil. E se você for assim também, recomendo que leia o blog do Miguel Sanmartin Fenollera.

V. The Whispering Wild

Por último, apresento o trabalho da Lucy Lichen. Ela é uma artista muito criativa. Me identifico com o seu trabalho porque a sua criatividade vai além dos pincéis e tintas. Sou apaixonada por suas fotos, suas criaturinhas de feltro e claro, suas pinturas!

Espero que tenham gostado da minha seleção. E caso você não sabia sobre nenhum destes sites, me conta qual você gostou mais de conhecer?

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BEDA: Cinco Momentos Favoritos Até o Momento

Olá! Esta publicação faz parte do BEDA 2024. A Camila (do Camila’s Reads) me enviou essa brincadeira e resolvi tentar participar. Estou me baseando em algumas propostas descritas na publicação original de listar os cinco favoritos do ano até o momento. Então escolhi meus 5 momentos favoritos. Observação: a sequência não está em ordem de preferência.

I. Fazer bolhas de sabão durante uma caminhada

Algo que encanta os meus olhos é o fenômeno iridescência. Eu acho tão lindo quando as bolhas de sabão flutuam e contrastam com o azul do céu. Elas me lembram no quanto é importante manter, às vezes, a mente e o espírito leve, pois só assim elas podem ir mais alto.

II. Ler A Divina Comédia

Estava pretendendo iniciar esta leitura bem mais para a frente, porém tudo mudou após a leitura do livro A Sabedoria da Antiga Cosmologia (Wolfgang Smith) e também porque ganhei de presente uma edição de bolso da Editora 34, então tudo conspirava para eu começar esse livro logo! Além de que é uma literatura da época medieval e eu sinto um enorme interesse por este período, eu sempre fico fascinada quando aprendo algo sobre a Idade Média!

III. Essa flor de jambo que encontrei no chão e estava tão intacta

Sonho um dia ter um pé de jambo em meu jardim/quintal porque quando ele começar a florescer, o chão terá um tapete cor-de-rosa.

IV. Costurar e bordar uma bolsinha

Foram longos meses sem me dedicar a nada de costura e bordado, e com as cartinhas de Páscoa senti um impulso de fazer algo. Então eu fiz esta bolsinha bem simples para guardar um colar (ainda estou produzindo) que pretendo anunciar em breve. O meu marido gostou muito e encomendou uma com um bordado, e este foi o resultado. Confesso que durante o processo algumas coisas deram errado e eu tive que refazer e pensar em como poderia melhorar e fiz um esforço para não me estressar (risos). Mas no fim eu fiquei satisfeita.

V. Vi uma rã albina dorminhoca

Eu gosto de criaturas estranhas ou que são desprezadas pela maioria das pessoas. As rãs fazem parte dessa listinha. Eu as considero muito bonitinhas e acho que vi pela primeira vez um animal albino!! Também acho muito fofo como elas dormem bem encolhidas.

Bom, foi um pouquinho difícil escolher os meus momentos favoritos, pois aconteceram muitas coisas que me fizeram sorrir. Fui presenteada com livros no meu aniversário (obrigada Camila e Ana); assisti O Menino e a Garça no cinema; vi um bacurau pela primeira vez; troquei cartas com amigas. Alguns destes não registrei por fotografia e outros já falei por aqui anteriormente.

Tenho em mente o desejo de registrar mais os detalhes dos meus dias para no futuro eu ver as fotos, os vídeos e sorrir. Considero muito importante as lembranças materializadas de algum modo.

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15 coisas

Eu estava pensando como é mal visto quando alguém diz coisas boas de si mesmo. Geralmente essas pessoas são nomeadas de prepotentes, vaidosas, exibicionistas… Bem, eu não vejo desta maneira porque dizer a verdade sobre si mesmo pode ser realmente difícil, se levar em conta a percepção traumática que alguém pode ter de si mesmo. Eu acredito que as pessoas merecem uma boa fama e é triste quando você mesmo diz algo ruim de si mesmo em público ou no privado. As palavras são poderosas (sei que é um clichê dizer isso, mas é o que eu acredito, fazer o quê).

Como disse Boécio, em A Consolação da Filosofia, fomos criados para o sumo bem, que é Deus, e é basicamente por isso que nós estamos sempre em busca da bondade, da felicidade, embora estes conceitos estejam com uma névoa de ilusões… De qualquer modo, eu penso que dizer algo verdadeiramente bom de si mesmo não é sobre se colocar em um patamar, mas sobre mostrar o quanto nosso Senhor é bom por ter compartilhado conosco suas qualidades. Então, após ter visto um vídeo em que a pessoa sugere esse exercício de escrever quinze qualidades que vê em si mesmo, eu resolvi pôr em prática essa sugestão de escrever sobre o que Deus me deu de graça.

A princípio me vieram as qualidades sem tanta dificuldade na mente, mas ao longo da lista comecei a sentir dúvidas… Várias vezes eu pensei se aquela característica era algo que existia realmente em mim porque acabava me lembrando do meu passado e de todas as palavras nada boas que disseram sobre mim. Então eu percebi no quanto é complicado separar o que sou de verdade do que alguém disse a meu respeito.

Sim, existe um abismo enorme entre o que eu sou e o que pensaram ser quem eu sou. Mas tudo bem, é algo que não posso controlar, e sabendo disso, eu desejo aprender a controlar em como vou perceber as palavras que chegam em meus ouvidos. De modo geral, eu gostei bastante de praticar esse exercício! O mais curioso é que ao longo dos dias, eu fui lembrando de outras coisas em que eu sou muito grata por existir em meu ser! É o tipo de coisa que dá vontade de se ajoelhar e agradecer a Deus. O tipo de coisa que me fez sentir muito amada e especial. Gostaria muito de tornar eterno esse sentimento.

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Os milagres acontecem o tempo todo

Estou fazendo uma lista sobre tudo o que me deixou feliz nesse ano… Resolvi escrever a respeito logo após ter ficado muito triste, e essa tristeza não queria se afastar de mim… E eu também não ajudava muito, pois me isolava e ouvia músicas melancólicas. Sinto uma enorme dificuldade em ir contra as minhas inclinações não tão boas, é um pequeno fardo que carrego por ser humana, embora eu me pareça a uma elfa (risos).

Eis que me dou conta que, na vida, os milagres acontecem o tempo todo! Eu já havia lido algo semelhante do Hans Christian Andersen e concordei de imediato, mas quando se tem esta experiência em seu interior de vivenciar o milagre de modo tão sublime, tudo ganha um sentido tão mais nobre! É algo inefável.

Esta constatação percorreu por todas as veias de meu ser, como o sangue que carrega a vitalidade silenciosamente. Tudo ao redor me gritou que a vida por si só é uma enorme benção! Senti-me tão constrangida por ter ficado triste, até lembrei de Santa Teresinha que disse que chorava por ter chorado…

Creio que essas dificuldades sempre estarão comigo, mas tenho fé que receberei sempre um chacoalham do meu Anjo da Guarda para não permanecer tanto tempo dentro do subsolo. Não desejo ser como o homem do subsolo, desejo ser um pouco como Aliocha Karámazov! Uma das coisas que mais aqueceu meu coração nesse ano foi ter sido comparada, pelo meu esposo, com este personagem tão especial para mim. Disse que somos parecidos em muitos aspectos: gostar de criança, senso de justiça, não gostar de se meter em confusão, fiel, confiável, face de criança, boa ouvinte, fala a verdade…

Como disse no início, eu fiz uma lista de coisas que me alegraram neste ano de 2023 e vou compartilhar algumas coisinhas dela no Bosque:

conheci a melhor sorveteria da vida
troquei cartinhas temáticas da Taylor Swift
voltei a fazer bijuterias
concluí o Alfabeto Ilustrado e anunciei
fiz uma lonjinha online
comecei a estudar simbolismo astrológico
voltei a comprar cd’s
fiz amizade com Pitoco (lhasa apso) e Princesa (pastor alemão)
estive nas montanhas
estive em uma cachoeira
vi um pinheiro e colhi pinhas pela primeira vez
fotografei margaridas ao ar livre
uma senhora me ajudou a atravessar a rua
fui a praia e o carro quebrou na estrada (uma aventura!)
vi um arco-íris no horizonte do mar
assisti Cavaleiros do Zodíaco com meu marido
fiz duas amigas católicas & swifties
comecei a fazer um journal literário
observei um beija-flor construindo um ninho
vi um filhote de cavalo
fiquei maravilhada lendo O Bestiário de Cristo
fiquei maravilhada lendo A Consolação da Filosofia
cortei o cabelo na altura do queixo
comecei a estudar sobre tipos de nuvens
as crises de ansiedade diminuíram drasticamente (obrigada, Jesus)
fui no sebo e trouxe Thomas Mann e Luís de Camões
fiz dois terços de 1 década com pedras naturais
fiquei maravilhada com a beleza da morganita
voltei a minha cidade natal
visitei o cemitério
fui a praia da minha cidade natal
participei de um amigo secreto de blogueiras
costurei uma brush case e uma bolsa em forma de folha
dei início ao Alfabeto dos Santos
participei de uma leitura conjunta com minhas amigas
os filhotes de Bombada
os filhotes de Mikamika
conheci a vida de São Colmano e São Cuteberto
fiz carinho em uma égua que chamei de Peninha
fiz carinho pela primeira vez em Cavalo de Fogo (um cavalo)
vi um sanhaço-caboclo comendo pitanga
assisti no cinema o filme da The Eras Tour
vi três vezes uma arara-vermelha
gostei de ter conhecido as músicas das HAIM e Olivia Rodrigo

“Se até aqui o Senhor nos ajudou, se até aqui nos sustentou, Ele continuará nos ajudando e sustentando!”

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Seis meses sem fazer compras

Chegou dezembro e já estou pensando em resoluções para o próximo ano, mesmo que eu não consiga cumprir todas, não deixa de ser divertido fazer planos! (mas eu vou ter que cumprir sim, eu sou uma mulher de palavra!!)

A primeira coisa que pensei foi em tentar ser menos consumista… Onde eu gasto mais dinheiro? Em livros!! Eu tenho alguns que adquiri há um tempinho e ainda não li uma página. Isso realmente será um grande desafio porque quando eu tinha um dinheirinho sobrando, de repente eu atendia uma ligação com a seguinte mensagem: olá, entrega da Amazon! Foi desse modo que adicionei alguns exemplares em minhas prateleiras.

Bem, falando desse modo parece que considero que foi uma besteira da qual me arrependo. Não é isso. Eu estou bem feliz de estar conseguindo fazer a minha biblioteca particular de pouquinho em pouquinho. Mas eu quero que isso seja mais refinado: trazer um livro novo que eu tenha certeza que vou desejá-lo sempre em meu acervo. Pois eu já troquei em sebos alguns que não tive vontade de reler.

Com o tempo, eu fui refinando o meu gosto e aprendendo o que realmente é algo de valor para mim, ao menos. Eu gosto de livros ilustrados dos meus ilustradores favoritos, sobre assuntos que gosto de estudar e literatura clássica. Nestas três categorias eu poderia subdividir em mais tantas outras.

Então para começar, separei seis livros que tenho e ainda não li. Estou deixando as expectativas bem baixas do que posso comprar ou não, de livros que tenho para ler etc. A medida que os meses forem passando, acho que farei uma publicação documentando a minha experiência que consiste em passar pelo menos seis meses sem comprar. Alguém quer embarcar nessa comigo?

Os exemplares que pretendo ler antes de adquirir um novo livro

Em dezembro já decidi fazer o desafio e portanto iniciei a leitura de Os Demônios. Esse livro comprei na livraria no segundo semestre de 2023. Ah, eu também desejo muito concluir esse desafio que fiz para esse ano e não consegui chegar nem na metade *pausa dramática e peço um momento*. Só concluí dois livros e outros dois estão na metade. Em minha defesa, é porque eu acabei me interessando por outras coisas ao longo do ano e também houveram muitos dias que não li por causa do vício em rede social (algo que já relatei em algumas publicações por aqui). Então um deles está aí nessa foto acima. Enfim, continuando…

O que não comprar de jeito nenhum:

Livros
Material de bijuteria
Maquiagem
Tecidos

No que posso gastar:

Material para organizar meus estudos
Material de desenho e pintura
Investir na minha loja

Observação: esse desafio e publicação foram inspirados nessa tag #umanosemfazercompras

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“Nem sempre é uma infelicidade passar despercebido”

– Merry, O Senhor dos Anéis – J.R.R. Tolkien.

O pequeno Merry mal sabe, mas esta sua frase causou em mim uma porção de reflexões sobre a humildade e sobre a exposição no mundo das redes sociais. Primeiro, gostaria de iniciar sobre as redes sociais. Bem, eu noto que elas não me fazem muito bem de um modo geral por causa do vício em dopamina. Um dia desses percebi que coisas que sempre gostei de fazer, estavam sendo esquecidas, pois eu usava o tempo para dar aquela “olhadinha” no feed e na barra de busca do Instagram e assim perdia tempo com vídeos que não consigo lembrar nadinha.

No último inverno, comentei aqui sobre ficar um pouco longe das redes. Depois de um tempo eu acabei voltando ao mesmo erro e então decidi desativá-las por um tempo. Lá no fundo, sempre há o desejo de excluir tudo por definitivo, e ao mesmo tempo, a dúvida. Tem alguns anos que uso o Instagram como um meio de divulgar meu trabalho como ilustradora, mas avaliando profundamente, não consegui. E tudo bem, acho que algumas coisas não dão certo para todos aqueles que tentam… Gostaria de ficar somente no Bosque e na Lojinha que criei aqui porque eu realmente amo criar coisinhas que reflitam a beleza da natureza e seja o que Deus quiser!

Quanto passar despercebido neste mundo virtual, bem, é verdade que às vezes a pessoa pode sentir-se excluída das novidades, mas é somente uma sensação boba que não tem importância na vida. É muito triste ser “antenado”. Quanto a humildade, São João Clímaco diz que a conformidade em não ser tido por grande coisa é uma escada para o Céu, e muito mais é o desejo de passar despercebido! O importante é ocupar este tempo com bastante trabalho (eu acredito que o trabalho pode curar um montão de males!) e eu digo o trabalho que eleva a alma, como cuidar de um jardim, estudar, fazer alguma arte, ajudar nas tarefas domésticas, organizar seu ambiente… Espero trazer um pouco de cada para os meus dias.

Andei pensando também que este problema é muito notório nas pessoas que começaram a ter contato com a internet ainda jovem, não que as pessoas mais velhas estejam blindadas contra este vício, mas eu observo que pessoas mais jovens que eu e da minha faixa etária relatam muito uma insatisfação com redes sociais e pensam até em usar aqueles celulares que só tinha o jogo da “cobrinha”. No fim de tudo, eu penso que o ser humano, seja ele quem for, procura por simplicidade e calmaria. O desejo pelo bem nos é natural, apesar de às vezes muitos de nós não sabemos como adquirir este bem… Talvez um dos caminhos seja o que o Merry falou.

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A Raposa disse

“- Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa.”

O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry.

O ato de interagir com os meus semelhantes não é muito fácil, muitas vezes. Há momentos que não sei muito bem como agir, o que dizer… Às vezes nada falo, pois eu acredito que não é necessário dizer nada. Porém, quem me escuta deseja ouvir algo de mim e eu simplesmente não sei. Assim, algumas relações vão se perdendo ou quase nunca são aprofundadas. O que é uma pena, porque o meu coração parece desejar sempre um encontro de almas… Li uma vez que um dos critérios para se ter bons amigos é a convivência. Então como os seres humanos convivem? Com o diálogo. É neste ponto que falho, pois o tato social não é algo que eu faça com excelência. Não sou o tipo de pessoa que percebe com facilidade quando alguém está triste, por exemplo, e se a pessoa me falar que está tudo bem, eu irei acreditar. Eu realmente necessito que o sim seja sim, e que o não seja não. Do contrário, estarei pensando que está tudo bem.

Tenho pensado tanto nos últimos meses sobre este aspecto e eu ainda não cheguei a uma conclusão. Talvez estas situações aconteçam deste modo devido a este pequeno detalhe da minha personalidade. Em princípio, eu me sinto mal quando acontece. Mas o passar do tempo vai mudando o meu interior como o tempo vai mudando as cores do céu. O cinza vai surgir, entretanto, eu sei que haverá o pôr-do-sol mais incrível, o mais dourado que irá clarear meus olhos e cabelos. E quando toda esta luz me tocar, vou segurá-la como puder, vou gravar na memória como quem fotografa um momento. Lá na frente, serão estas delicadas observações que me permitirão seguir em frente e não desistir, de não permitir que o meu coração se feche. Eu realmente não quero me fechar e guardar um sentimento ruim sobre mim mesma. Eu quero ser boa a quem quiser estar por perto. Por isso, eu preciso ser um pouco boa comigo mesma também. No fim, eu apenas penso que tudo bem não ser excelente em todos os âmbitos da vida… Acho que posso oferecer outras coisas belas ao mundo, afinal, não posso deixar num cantinnho esquecido os talentos que Deus me deu.

Apesar do meu texto não ser semelhante ao encontro da Raposa com o Pequeno Príncipe, mas há algo em comum com o livro de modo geral: as rosas às vezes nos espetam, mas não devemos condenar todas estas flores.

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