O que tenho feito

Passou mais de um mês desde a minha última postagem e confesso que estive desanimada em continuar com o blog porque minha câmera quebrou e ela conseguia suprimir todas as coisas que desejo em uma fotografia. Entretanto, penso que o mais sensato a se fazer é continuar (ou começar) com o que você já possui, mesmo que não seja do jeitinho que sonha. Eu já possuo o desejo de me maravilhar com cada coisinha que Deus criou e de sorrir ao poder observá-las. Então não há motivos para abandonar esse cantinho que pensei com tanto carinho ao fazê-lo.

Adicionei uma nova atividade a minha rotina e descobri um amor chamado “tingimento natural”. Estou costurando e tingindo naturalmente tecidos e espero em breve mostrar tudo o que tenho criado.

Fiz uma conta no Instagram para divulgar o meu trabalho relacionado a costuras, se chama Bennet Atelier por causa da família Bennet de Orgulho e Preconceito. Ele ainda está em fase de construção, estou me adaptando… Mas em princípio, tenho me inspirado na delicadeza, elegância e natureza para criar roupas e acessórios.

Eu mesma desenhei a marca e utilizei um programa de edição para escrever o nome do ateliê. Tudo está sendo muito artesanal, como disse anteriormente: comece com o que você já possui. Afaste o pensamento de que é feio, de que não vai ficar tão bom assim… Falo por experiência própria (pois sou perfeccionista) de que almejar a perfeição não é necessariamente algo ruim, o problema é que podemos querer pular tantas fases até chegar naquela tão sonhada sem nenhum esforço. O importante é aproveitar cada degrau da escada e usar nossos erros como aprendizado, pelo menos é desta maneira que tenho tantado ver as coisas, apesar de não ser fácil.

Descobri que desenho digital não é tão difícil quanto parece! Eu ganhei uma mesa digitalizadora e estou me aventurando por este mundo, já consegui fazer um desenho bonitinho de uma margarida e fiquei muito feliz com o resultado. Estou borbulhando de idéias para fazer, penso em melhorar os desenhos do Bosque (e também outros que fiz manualmente) com este material e é claro, estudar bastante com todo o material que eu conseguir achar disponível nesta internet.

Obrigada pela visita. ♡

Meu primeiro tie-dye

Ultimamente tenho buscado alternativas mais naturais de tanto aprender com Santa Hildegarda de Bingen várias receitas para consumo e até para estética. Eu acabei desejando fazer um teste com tingimento natural em tecidos. Além disso, é tão alegre fazer coisinhas com o que encontramos na natureza! Realmente fico fascinada com qualquer trabalho manual, ainda mais se a matéria prima pode ser encontrada na natureza, assim eu posso sair por aí explorando.

Resolvi inciar com algo bem simples e fácil de achar: beterraba. Primeiro cortei as beterrabas, coloquei-as em uma panela que coubesse tudo que queria tingir e adicionei água. Esperei começar a ferver e adicionei metade de um copo (de 200 ml) de vinagre de álcool. Desliguei o fogo, peneirei todo o líquido. Após isso, umedeci o tecido e o mergulhei no líquido rosa e deixei imerso por um tempinho.

Retirei do líquido sem torcer o tecido para não estregar o tingimento e o estendi no varal o mais reto possível (não o estenda dobrado porque vai prejudicar o resultado final se o seu desejo é obter um tingimento uniforme). Deixei secar naturalmente sob a sombra.

Obtive duas cores distintas com um ingrediente principal só, a beterraba. A diferença se deu pelo tempo de cozimento do pigmento. O rosa foi com menos de 30 minutos de cozimento, já o tom bege foi com mais de 30 minutos de cozimento.

A técnica do tie-dye é sempre uma surpresa. Então recomendo que faça testes antes de começar realmente com o tecido que deseja.

Algumas dicas para o seu trabalho dar certo com base com o que aprendi com este experimento:

  • Os pigmentos naturais só tingem tecidos de origem natural, como o algodão e a seda
  • Se você desja um tom mais escuro, aumente a quantidade do vegetal
  • Para tons mais suaves, aumente a quantidade de água
  • O tempo de cozimento influencia bastante o resultado final da cor
  • Não torça ou esprema o tecido quando sair da imersão
  • Estenda-o de maneira que ele fique o mais reto possível, porque se deixá-lo dobrado, a parte da dobra ficará sem cor
  • Estanda-os um longe do outro o suficiente para não se encostarem

 

Até breve! ♡

Tarde com biscoitos

Escrevo aqui com um imenso desejo de não deixar o Bosque tão solitário por tanto tempo… Ultimamente tenho feito algumas receitas, pois eu gosto muito de procurar coisas que parecem que só tem como consumir se for comprar no mercado. Então dessa vez eu tentei fazer biscoito passatempo (um dos meus preferidos da infância!). Vou deixar aqui qual foi a receita que segui.

O sabor fica muito semelhante ao original e o melhor de fazer em casa é que eu posso diminuir a quantidade de açúcar, e claro, é sempre mais divertido!

Muitas coisas aconteceram durante esses meses. Uma das coisas legais é que estou com dois projetos de aquarela que já comecei a pôr em prática, espero logo mais poder mostrar um deles por aqui. Enquanto isso gostaria de comentar que o outro é sobre animais e alfabeto.

Estava pensando em educação domiciliar e resolvi fazer algo assim com este tema.

A de andorinha.

Até breve!

Uma leitura e um pequeno desafio

♡♡♡

Recentemente eu li Carta aos jovens sobre a utilidade da literatura pagã (de São Basílio). Já havia um bom tempo que descobri a existência dele e desde então entrou para a lista de leituras que gostaria de fazer. Lê-lo foi uma alegre surpresa porque apesar de ser tratar sobre a vida intelectual, há conselhos que posso levar para os mais variados aspectos da vida. Na verdade, tudo que se trata sobre a vida intelectual é sobre uma imensidão de virtudes para serem almejadas!

O desafio se tratou de gravar um vídeo resenhando a leitura. Eu gravei alguns vídeos, apaguei, e sobrou só um que eu achei um pouco razoável (esse daqui se quiser ver/ouvir). Esse trabalho simples deixou ainda mais claro coisas pelas quais devo combater: o perfeccionismo, de que quando algo não sai como imaginei perco a paciência comigo mesma, começo a me sentir ridícula e o medo de me criticarem. Mas a razão sempre me diz: não sou perfeita, não sou passível de críticas, não nasci para agradar o mundo, eu nasci para agradar somente a Deus e é isso que eu devo almejar a cada batida do meu coração. Não é algo fácil de se cumprir, tenho noção de que somente a graça do Nosso Senhor pode prevalecer sobre minha fraqueza, como escreveu São Paulo.

Geralmente não gosto muito das coisas que faço, principalmente se for algo que eu não levo o menor jeito. Não tenho talento para lecionar, por mais que o assunto faça o meu coração arder de alegria. Ler sobre qualquer coisa que impulsiona a alma a bondade deixa-me completamente feliz e entusiasmada. Falo de um modo pausado, meio robótico, enquanto por dentro eu pareço aqueles insetos que voam freneticamente em torno da luz. Deixei de mencionar várias coisas no vídeo porque eu esqueci, então eu vou deixar aqui o que eu escrevi no caderno.

“Examinai tudo: abraçai o que é bom.” – São Paulo

O mundo literário é abundante de tudo o que é humano, e como tal, há a erva daninha da concupiscência que devemos podar com as virtudes.

São Basílio pensando em tais fatos e na miséria humana, sente-se motivado a aconselhar os jovens de como tirar proveito da literatura, ainda que esta não seja propriamente católica.

O primeiro conselho é de não aceitarmos tudo de forma cega, de não nos entregarmos sem reservas em “um mar cheio de armadilhas”. Devemos abraçar somente o que é bom e útil, e para tal, devemos antes de tudo conhecer a verdade sem temer descartar tudo aquilo que pode nos afastar do nosso objetivo último: a nossa salvação.

Este Bispo do século IV possuía uma perspicácia em relação aos jovens, pois sabia que às vezes um coração juvenil não conseguia se aprofundar nas verdades do Santo Mistério, em razão disso, nos aconselha a passar os olhos sobre os livros que não são completamente contrários a santa doutrina, pois através destes podemos olhar para nossas próprias almas, um exercício que parece divertimento, mas acaba nos tornando mais aptos para o combate.

São Basílio também argumenta que, antes de nos empenharmos no estudo das coisas sagradas, devemos iniciar pelas letras profanas, devemos primeiro aprender a ver o reflexo do sol nas águas cristalinas e, depois, com a visão fortalecida, olhar diretamente para a luz pura.

Quando estivermos debruçados nestas leituras, devemos tapar os ouvidos para aqueles personagens infames. Como fez Ulisses para evitar o canto das sereias. Devemos dar nossa atenção para aqueles autores que louvam a virtude e condenam os vícios. Estas leituras nos enriquecem de tal modo que deixam de ser uma mera recreação.

Neste livro contém duas homilias do santo, uma sobre o desapego das coisas mundanas, e a outra sobre a humildade. Bastante pertinente estes temas acompanhando a carta, pois só existe uma verdadeira vida intelectual com humildade e desapego de si mesmo e das idéias de estimação quando se está diante do Bom, Belo e Verdadeiro.

Até breve. ♡

Reencontrei palavras


Olá.

Eu não gostaria de ter ficado tão longe do meu pequeno bosque durante esse mês que passou, mas ultimamente estou tentando não me sentir perturbada com determinados assuntos, há certas coisas para as quais sou muito pequena, e tudo bem para mim estar nesta condição. Acredito que é preciso aceitar onde a sua semente foi plantada, pois o jardineiro sabe qual o tipo de solo ideal para ela germinar. Parece que as sementes ficam atordoadas, acho que deveriam confiar mais nas mãos do jardineiro.

Ao longo dos meus dias tenho lido um pouco sobre educação e a História da Igreja (aqueles vários volumes do Daniel-Rops) e tenho sentindo-me tão inspirada e feliz! O conhecimento realmente eleva o espírito humano, mas não é qualquer conhecimento: é o conhecimento que exala o perfume da beleza, bondade e verdade. Tais virtudes só encontramos plenamente em Deus. Qualquer coisa fora disso é pura aflição de espírito.

A delicadeza é necessária ao ensino, a evangelização. Esta delicadeza de se fazer pequeno entre os pequenos, assim como fez São Paulo, assim como os santos ao anunciar a Boa Nova aos povos bárbaros e os jesuítas aos nativos da América. “Toda a sua arte consiste em tocar os corações.” A propósito, eu encontrei uma fotografia de um trecho de Poliana Menina que me remeteu a este tema que anda perambulando em minha mente. Irei transcrever aqui:

“O que as criaturas desejam é encorajamento. Não se deve censurar sistematicamente os defeitos de alguém, mas apelar para as virtudes. Ao tentar afastar uma alma do mau caminho, deve-se descobrir e fortalecer o melhor da sua índole, o lado bom que ainda não aflorou. A influência que o bom caráter exerce é contagiosa e pode revolucionar uma vida inteira… Todas as criaturas irradiam o que pensam e o que trazem no coração. Se alguém se mostra submisso e serviçal… Quem procura o mal, certamente o encontrará. Mas quando se procura o bem na esperança de encontrá-lo, logo o bem aparecerá.”

Após ter reencontrado estas palavras, fui imediatamente transportada para outras belezas que li em outros livros, como a Imitação de Cristo, quando fala que toda criatura nos transmite a bondade de Deus. Trazer alguém para as verdades eternas é um serviço que enche o coração do mais puro amor. Espero poder levar isso a qualquer pessoa que se aproximar de mim, e especialmente a minha família, que são os que me são tão caros!

Flores azuis e passeios

“As palavras da Bíblia parecem ligar uma importância especial à vida dos campos e aos trabalhos agrícolas.

Também vos recomendei como exercício de saúde e de sabedoria prática, os passeios no campo, a contemplação das cenas tão variadas e tão admiráveis da natureza, aonde se encontra tudo, a paz, a ordem, e a ventura tranqüila;

e nessa ocasião não podia passar em silêncio a cultura das flores, desses deliciosos esboços dos pensamentos divinos, desses hóspedes perfumados que nos falam, com tanta graça, da virtude e dos nossos deveres, e que, mesmo no momento em que caem murchas, nos deixam uma doce e melancólica lição sobre a fragilidade da vida humana”.

A Mulher Forte, Mons. Landriot.

Bumblebee e Flores de Amora

Eu nunca vi uma abelha do gênero Bombus pessoalmente, a espécie que mais gosto só ocorre em lugares longíquos de onde moro. Gostaria muito de viajar e ter a chance de vê-las pessoalmente! Acho as abelhas uma das criaturas de Deus mais fofas. Elas:

– fabricam mel
– polinizam
– suas cores possuem contraste
– por vezes são metálicas
– trabalhadoras
– vivem em sociedade
– também vivem solitárias

♡♡♡

Aquarela de flores silvestres

Como os olhos se enchem de ternura ao observar um campo florido, plantas crescendo livremente na beira da estrada, em lugares esquecidos… Gosto muito de collhê-las e admirá-las. Elas me inspiram de certa maneira. Tudo que acho belo sinto vontade de colocar em um papel com lindas cores.

A chuva estava bastante forte, os pingos caiam nas poças, o verde ficou todo ovarlhado. Às vezes aparecia aqui e acolá um raio de sol e dava-me uma sensação de frescor e aquecido ao mesmo tempo, uma luz bem suave. Pus-me a procurar minhas cores, ferramentas e a pesquisar imagens de flores silvestres para representá-las.

Escolhi três muito fofas: forget-me-not, lilly-of-the-valley e uma cowslip amarelinha.

Quem sabe algum dia eu as admire pessoalmente?

Não é um bem-te-vi, mas eu bem te vi, Cambacica

Depois que eu coloquei néctar no bebedouro para os beija-flores, acabou que atraiu outra ave: um cambacica (Coereba flaveola). Eu não sabia que esta espécie também se alimentava de néctar, fiz uma pesquisa rápida pela internet e diz o seguinte sobre este hábito alimentar dele: “para coletar alimento, em qualquer altura, agarra-se firmemente à coroa das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura o cálice, atingindo assim os nectários. Visita também as garrafas de água açucarada, destinadas a atrair beija-flores e comedouros de frutas para pássaros. Aprecia muito banana, mamão, jabuticaba, laranja e melancia.”

Agora eu sei porquê a estrutura do bico dele é curvada, é justamente porque ele se alimenta de coisas mais líquidas. Enquanto outros pássaros dão umas caçadas pelo chão a procura de artropodes. O cambacica também se alimenta de pequenos insetos que encontro por perto das flores. Uma as flores que ele gosta é o hibisco/papoula (Hibiscus rosasinensis), ele faz uma perfuração na base da flor e então consegue coletar o néctar. Alguns outros pássaros aproveitam o furo para coletar também.

Não consegui registrar o bonito no bebedouro. Achei melhor ficar quietinha e deixá-lo pensar que não estava sendo observado por grandes olhos! Entretanto, já tive a oportunidade de resgistrar um representante deste pássaro em uma exploração do passado.

 

Até breve (e quem sabe com um registro do cambacica no quintal).

Uma borboleta

Já faz um tempo que o quintal começou a ser visitado por duas borboletas da espécie Euptoieta hegesia. Descobri que elas adoram comer plantas do gênero Passiflora, e aqui havia (porque elas comeram tudo) um lindo pé de maracujá que crescia abundantemente.

Resolvi fazer algumas filmagens com uma câmera emprestada, pois a minha está quebrada no momento. Senti muita falta de editar vídeos, era algo que eu fazia com frequência no primeiro computador que tive. Agradeço ao marido por ter me emprestado sua ferramenta de trabalho para eu voltar a editar vídeos.

Estou com vontade de fazer filmagens da natureza e coisas que gosto de praticar (pintura e bordado, por exemplo) e – talvez – publicar aqui. Não tenho coragem de publicar minhas coisas no Youtube, pois eu fico com receio de perder meu anônimato, apesar de algumas pessoas saberem quem escreve no Bosque (risos).

Ah! E um dia desses pude presenciar uma cena bastante selvagem: uma aranha caçando uma borboleta da espécie Ascia monuste (uma das minhas espécies prediletas!). Ela caiu na teia e depois a dona aranha a embalou e guardou para o jantar.

Muito obrigada por ter assistido o meu singelo vídeo. ♡

Até breve.